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Liberdade de imprensa na África é maior que nas Américas

Levantamento anual da ONG Repórteres Sem Fronteiras revelou que a liberdade de imprensa no mundo piorou, e muito, desde 2013. Principalmente nas Américas

Homem com os punhos amarrados: levantamento da RSF mostra que violações contra liberdade de imprensa e jornalistas aumentaram em todo o mundo (Digital21/ThinkStock)

Gabriela Ruic

Publicado em 20 de abril de 2016 às 12h24.

São Paulo – Qual dessas regiões conta com a imprensa mais livre ? África ou Américas? Errou quem disse que os países das Américas oferecem as melhores condições para o trabalho de jornalistas e veículos de informação.

De acordo com a investigação “Liberdade de Imprensa no Mundo”, da organização não-governamental Repórteres Sem Fronteiras ( RSF ), é a primeira vez que a África supera as Américas nesse assunto. O estudo, que analisa 180 países e é produzido anualmente desde 2002, foi publicado nesta manhã.

O perigo nas Américas

A entidade enxerga como alarmante a deterioração do cenário da imprensa nas Américas. Segundo cálculos da investigação, a região observou uma queda de 20,5% no índice de liberdade e cita como responsáveis por essa queda os ataques e assassinatos registrados recentemente contra jornalistas no México e países da América Central .

No caso do Brasil, a ONG observa a queda de cinco posições entre as edições 2014 e 2015 no ranking dos países mais ou menos livres. O país ocupava a 99ª posição e agora está na 104ª. “Com ameaças, ataques físicos durante manifestações e assassinatos, o Brasil é um dos países mais violentos da América Latina e um dos mais perigosos para jornalistas”, descreveu a investigação.

Europa: nem tudo é perfeito

Embora a região seja a que oferece os melhores cenários para jornalistas e veículos de imprensa, nem tudo é perfeito na Europa. A entidade pontua especialmente como crítica a situação da Polônia , que deixou a 18ª posição de 2014 para estar hoje na 29ª.

Segundo a análise, o péssimo desempenho do país nos últimos anos se dá por conta das pressões do governo para restituir a imprensa estatal e por conta de uma lei que permite que as autoridades possam contratar e demitir funcionários das rádios e televisões públicas.

Outro país cujo cenário é alarmante é a França . “A maioria dos veículos privados estão nas mãos de empresários de setores que não tem nada a ver com a imprensa”, diz a ONG. Como resultado, o país caiu da 38ª para a 45ª colocação.

Liberdade no mundo

No âmbito global, a situação da liberdade de imprensa é vista pela entidade como preocupante. O índice global que monitora as violações contra jornalistas registrou 3.719 pontos em 2014 e 3.857 pontos em 2015. A deterioração é de 3,71% entre esses anos e de 13,6% na comparação com o apurado em 2013, quando o estudo passou a calcular o índice global.

“A sobrevivência da imprensa independente está cada vez mais precária para os veículos estatais e privados, por causa de ideologias”, analisou a RSF. “Especialmente as religiosas, que são hostis à liberdade de imprensa”. Outra crítica é aos oligarcas de diferentes partes do mundo que têm adquirido veículos de informação e os usados como ferramentas de propaganda.

Índice de liberdade de imprensa

O índice da RSF foi produzido a partir de entrevistas com jornalistas, sociólogos e advogados de 180 países que responderam a um questionário formado por 80 questões e que foi traduzido em 20 idiomas. Aos países, são atribuídas notas que variam entre 0 e 100. Quanto maior a pontuação, pior o cenário.

Veja abaixo quais países são piores e quais os melhores para a imprensa.

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São Paulo – Qual dessas regiões conta com a imprensa mais livre ? África ou Américas? Errou quem disse que os países das Américas oferecem as melhores condições para o trabalho de jornalistas e veículos de informação.

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O perigo nas Américas

A entidade enxerga como alarmante a deterioração do cenário da imprensa nas Américas. Segundo cálculos da investigação, a região observou uma queda de 20,5% no índice de liberdade e cita como responsáveis por essa queda os ataques e assassinatos registrados recentemente contra jornalistas no México e países da América Central .

No caso do Brasil, a ONG observa a queda de cinco posições entre as edições 2014 e 2015 no ranking dos países mais ou menos livres. O país ocupava a 99ª posição e agora está na 104ª. “Com ameaças, ataques físicos durante manifestações e assassinatos, o Brasil é um dos países mais violentos da América Latina e um dos mais perigosos para jornalistas”, descreveu a investigação.

Europa: nem tudo é perfeito

Embora a região seja a que oferece os melhores cenários para jornalistas e veículos de imprensa, nem tudo é perfeito na Europa. A entidade pontua especialmente como crítica a situação da Polônia , que deixou a 18ª posição de 2014 para estar hoje na 29ª.

Segundo a análise, o péssimo desempenho do país nos últimos anos se dá por conta das pressões do governo para restituir a imprensa estatal e por conta de uma lei que permite que as autoridades possam contratar e demitir funcionários das rádios e televisões públicas.

Outro país cujo cenário é alarmante é a França . “A maioria dos veículos privados estão nas mãos de empresários de setores que não tem nada a ver com a imprensa”, diz a ONG. Como resultado, o país caiu da 38ª para a 45ª colocação.

Liberdade no mundo

No âmbito global, a situação da liberdade de imprensa é vista pela entidade como preocupante. O índice global que monitora as violações contra jornalistas registrou 3.719 pontos em 2014 e 3.857 pontos em 2015. A deterioração é de 3,71% entre esses anos e de 13,6% na comparação com o apurado em 2013, quando o estudo passou a calcular o índice global.

“A sobrevivência da imprensa independente está cada vez mais precária para os veículos estatais e privados, por causa de ideologias”, analisou a RSF. “Especialmente as religiosas, que são hostis à liberdade de imprensa”. Outra crítica é aos oligarcas de diferentes partes do mundo que têm adquirido veículos de informação e os usados como ferramentas de propaganda.

Índice de liberdade de imprensa

O índice da RSF foi produzido a partir de entrevistas com jornalistas, sociólogos e advogados de 180 países que responderam a um questionário formado por 80 questões e que foi traduzido em 20 idiomas. Aos países, são atribuídas notas que variam entre 0 e 100. Quanto maior a pontuação, pior o cenário.

Veja abaixo quais países são piores e quais os melhores para a imprensa.

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