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Lembrança de deputada domina fim de campanha britânica

Os principais nomes dos dois lados devem comparecer nesta segunda-feira à sessão extraordinária do Parlamento em homenagem à deputada trabalhista

Jo Cox: o assassinato parece marcar um ponto de inflexão na campanha, provocando uma mudança no tom beligerante (Toby Melville / Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 20 de junho de 2016 às 09h57.

Dez vencedores do Nobel de Economia desaconselharam nesta segunda-feira a saída do Reino Unido da União Europeia (UE), e os mercados antecipam a vitória da permanência, em uma reta final de campanha dominada pela lembrança da deputada assassinada Jo Cox.

Os principais nomes dos dois lados devem comparecer nesta segunda-feira à sessão extraordinária do Parlamento em homenagem à deputada trabalhista e pró-UE, organizada dois dias antes do que seria o aniversário de 42 anos da deputada.

O assassinato, cometido por um simpatizante neonazista que gritou "Morte aos traidores, liberdade para a Grã-Bretanha" na primeira audiência com um juiz, parece marcar um ponto de inflexão na campanha, provocando uma mudança no tom beligerante.

Nesta segunda-feira, o líder do partido antieuropeu UKIP, Nigel Farage, denunciou que os partidários da UE estão tentando vincular a morte de Cox à campanha.

"Acredito que há partidários da permanência na UE que estão tentando dar a impressão de que este horroroso incidente isolado está relacionado de algum modo com os argumentos feitos durante a campanha por mim ou Michael Gove, e isto é ruim", disse Farage à rádio LBC, um dia depois de admitir que o assassinato de Cox freou o avanço do Brexit.

Sayeeda Warsi, que foi presidente do Partido Conservador, anunciou nesta segunda-feira que mudou de opinião e votará a favor da permanência na UE, cansada do que chamou de "mentiras e xenofobia" da campanha Brexit.

Ela afirmou que o que provocou sua decisão foi o cartaz de Farage que apresenta uma caravana de refugiados como uma ameaça para o Reino Unido.

A primeira pesquisa divulgada depois da brutal morte da deputada trabalhista e pró-UE, defensora dos refugiados e dos imigrantes, mostra a opção favorável à permanência com 45% das intenções de voto, contra 42% para os defensores da saída.

A pesquisa do instituto Survation foi realizada na sexta-feira e sábado. O assassinato de Cox aconteceu na quinta-feira.

A média das últimas seis pesquisas elaborada pelo instituto de opinião What UK Thinks mostra um empate, com 50% para os dois lados, sem levar em consideração os indecisos.

Novas pesquisas devem ser divulgadas nas próximas horas, para confirmar ou desmentir a mudança de tendência.

Dez prêmios Nobel contra o Brexit

Os mercados, no entanto, já antecipam a vitória da permanência desde sexta-feira.

As Bolsas europeias operavam em alta e a libra também registrava uma valorização.

Dez vencedores do prêmio Nobel de Economia advertiram nesta segunda-feira sobre as consequências negativas e duradouras que seriam provocadas, no seu entender, por uma saída do Reino Unido da União Europeia (UE).

"Acreditamos que o Reino Unido está economicamente melhor dentro da UE", afirma o texto publicado no jornal britânico The Guardian pelos vencedores do Nobel entre o início dos anos 1970 e 2015.

"As empresas e os trabalhadores britânicos precisam de pleno acesso ao mercado único. Além disso, a saída criaria grande incerteza ao redor dos futuros acordos comerciais alternativos do Reino Unido, tanto com o restante da Europa como com mercados importantes como os dos Estados Unidos, Canadá e China".

"E estes efeitos perdurariam por muitos anos", completa o texto.

"Em consequência, o debate econômico se inclina claramente a favor de seguir na UE", concluem os especialistas.

O ministro das Finanças da Grã-Bretanha, George Osborne, elogiou a carta.

"Sem precedentes, 10 economistas prêmios Nobel avisam sobre os danos a longo prazo da saída da UE. É hora de ouvir os especialistas", escreveu no Twitter.

Mas os líderes do Brexit voltaram a apelar para uma oportunidade única de romper com as regras de Bruxelas.

"É hora de acreditar em nós mesmos, no que o Reino Unido pode fazer, e recordar que sempre somos os melhores quando acreditamos em nós mesmos", escreveu o ex-prefeito de Londres Boris Johnson no jornal Daily Telegraph.

"Não voltaremos a ter uma oportunidade assim em nossas vidas", completou.

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Os principais nomes dos dois lados devem comparecer nesta segunda-feira à sessão extraordinária do Parlamento em homenagem à deputada trabalhista e pró-UE, organizada dois dias antes do que seria o aniversário de 42 anos da deputada.

O assassinato, cometido por um simpatizante neonazista que gritou "Morte aos traidores, liberdade para a Grã-Bretanha" na primeira audiência com um juiz, parece marcar um ponto de inflexão na campanha, provocando uma mudança no tom beligerante.

Nesta segunda-feira, o líder do partido antieuropeu UKIP, Nigel Farage, denunciou que os partidários da UE estão tentando vincular a morte de Cox à campanha.

"Acredito que há partidários da permanência na UE que estão tentando dar a impressão de que este horroroso incidente isolado está relacionado de algum modo com os argumentos feitos durante a campanha por mim ou Michael Gove, e isto é ruim", disse Farage à rádio LBC, um dia depois de admitir que o assassinato de Cox freou o avanço do Brexit.

Sayeeda Warsi, que foi presidente do Partido Conservador, anunciou nesta segunda-feira que mudou de opinião e votará a favor da permanência na UE, cansada do que chamou de "mentiras e xenofobia" da campanha Brexit.

Ela afirmou que o que provocou sua decisão foi o cartaz de Farage que apresenta uma caravana de refugiados como uma ameaça para o Reino Unido.

A primeira pesquisa divulgada depois da brutal morte da deputada trabalhista e pró-UE, defensora dos refugiados e dos imigrantes, mostra a opção favorável à permanência com 45% das intenções de voto, contra 42% para os defensores da saída.

A pesquisa do instituto Survation foi realizada na sexta-feira e sábado. O assassinato de Cox aconteceu na quinta-feira.

A média das últimas seis pesquisas elaborada pelo instituto de opinião What UK Thinks mostra um empate, com 50% para os dois lados, sem levar em consideração os indecisos.

Novas pesquisas devem ser divulgadas nas próximas horas, para confirmar ou desmentir a mudança de tendência.

Dez prêmios Nobel contra o Brexit

Os mercados, no entanto, já antecipam a vitória da permanência desde sexta-feira.

As Bolsas europeias operavam em alta e a libra também registrava uma valorização.

Dez vencedores do prêmio Nobel de Economia advertiram nesta segunda-feira sobre as consequências negativas e duradouras que seriam provocadas, no seu entender, por uma saída do Reino Unido da União Europeia (UE).

"Acreditamos que o Reino Unido está economicamente melhor dentro da UE", afirma o texto publicado no jornal britânico The Guardian pelos vencedores do Nobel entre o início dos anos 1970 e 2015.

"As empresas e os trabalhadores britânicos precisam de pleno acesso ao mercado único. Além disso, a saída criaria grande incerteza ao redor dos futuros acordos comerciais alternativos do Reino Unido, tanto com o restante da Europa como com mercados importantes como os dos Estados Unidos, Canadá e China".

"E estes efeitos perdurariam por muitos anos", completa o texto.

"Em consequência, o debate econômico se inclina claramente a favor de seguir na UE", concluem os especialistas.

O ministro das Finanças da Grã-Bretanha, George Osborne, elogiou a carta.

"Sem precedentes, 10 economistas prêmios Nobel avisam sobre os danos a longo prazo da saída da UE. É hora de ouvir os especialistas", escreveu no Twitter.

Mas os líderes do Brexit voltaram a apelar para uma oportunidade única de romper com as regras de Bruxelas.

"É hora de acreditar em nós mesmos, no que o Reino Unido pode fazer, e recordar que sempre somos os melhores quando acreditamos em nós mesmos", escreveu o ex-prefeito de Londres Boris Johnson no jornal Daily Telegraph.

"Não voltaremos a ter uma oportunidade assim em nossas vidas", completou.

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