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Le Pen defende suspensão de abertura de fronteiras na Europa

Declaração, feita durante uma entrevista coletiva na sede da Eurocâmara, em Estrasburgo (França), foi uma resposta aos atentados de semana passada em Paris


	Marine Le Pen: "a Europa nos enfraquece porque nos impõe uma abertura de fronteiras"
 (Philippe Wojazer/Reuters)

Marine Le Pen: "a Europa nos enfraquece porque nos impõe uma abertura de fronteiras" (Philippe Wojazer/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 13 de janeiro de 2015 às 11h04.

Estrasburgo - A líder da Frente Nacional, a eurodeputada francesa Marine le Pen, defendeu nesta terça-feira a suspensão imediata do Acordo de Schenge, que abriu as fronteiras interiores da Europa.

A declaração, feita durante uma entrevista coletiva na sede da Eurocâmara, em Estrasburgo (França), foi uma resposta aos atentados de semana passada em Paris, que deixaram 17 pessoas mortas. Le Pen afirmou que o "povo francês" deve "recuperar o controle de suas fronteiras".

A líder disse que as políticas de austeridade da União Europeia (UE) "desarmaram o exército e a polícia franceses".

"A Europa nos enfraquece porque nos impõe uma abertura de fronteiras. Não há país no mundo que não saiba que a primeira medida para lutar contra o terrorismo é poder se proteger controlando suas próprias fronteiras", afirmou.

Os autores dos atentados de Paris, no entanto, nasceram na França. Le Pen argumentou que a medida impediria a entrada no país de franceses que receberam treinamento jihadista no exterior.

A política denunciou que "a liberdade de circulação permitiu que uma terrorista relacionada com o caso fosse até a Espanha sem passar por nenhum controle e daí pegasse um avião para a Turquia".

Medidas como a suspensão da liberdade de circulação e uma moratória dos cortes no orçamento do exército e da polícia fazem parte de um plano de ação contra o terrorismo que Le Pen adiantou que apresentará nesta sexta-feira.

Para Le Pen, os atentados de Paris foram "contra o modelo francês, contra seus valores", e após o luto será o "momento de passar para a ação".

A líder da FN reprovou o presidente da França, François Hollande, por ter falado em terroristas e evitado "falar claramente de fundamentalismo islâmico".

"Após os atentados, a primeiro coisa que o governo fez foi pedir ao conjunto dos franceses que não fale de fundamentalismo islâmico e que só fale de terrorismo. Mas o terrorismo é só um meio por trás de uma ideologia e é preciso dizer isso claramente", afirmou.

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