Mundo

Lavrov adverte a Kiev que utilizar força minaria reunião

O ministro russo das Relações Exteriores advertiu a Ucrânia que não utilize a força contra protestos, já que isso minaria as conversas planejadas em Genebra


	O ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov: "não se pode enviar tanques e ao mesmo tempo manter conversas"
 (Peter Macdiarmid/Getty Images)

O ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov: "não se pode enviar tanques e ao mesmo tempo manter conversas" (Peter Macdiarmid/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de abril de 2014 às 11h20.

Pequim - O ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, advertiu nesta terça-feira a Kiev que não utilize a força para sufocar os protestos dos separatistas pró-Rússia no leste da Ucrânia, já que isso "minaria" as conversas planejadas em Genebra para o fim de semana.

Lavrov fez estas declarações durante uma entrevista coletiva que deu esta terça-feira em Pequim com seu colega chinês, Wang Yang, dois dias antes de acontecer nesta quinta-feira a reunião de quatro lados (UE, EUA, Ucrânia e Rússia) em Genebra sobre a crise ucraniana.

"Não se pode enviar tanques e ao mesmo tempo manter conversas; o uso da força sabotaria qualquer oportunidade oferecida pelas negociações a quatro bandas de Genebra", disse o ministro russo em Diaoyutai, a residência para dignatários estrangeiros em Pequim.

O presidente interino da Ucrânia, Alexandr Turchinov, anunciou hoje o começo de uma operação antiterrorista na região de Donetsk, no sudeste do país, onde milícias pró-Rússia ocuparam prédios administrativos e delegacias policiais em várias cidades.

Por outra parte, Lavrov deu boas-vindas aos sinais que indicam que Kiev está pronto para dialogar com os separatistas do leste, o que qualificou de um "passo na direção correta, embora com muito atraso".

Junto a ele, o ministro chinês das Relações Exteriores, com quem se reuniu em particular antes de oferecer a entrevista coletiva, assegurou que a crise ucraniana "deveria ser resolvida através de diálogo, em vez do confronto".

Enquanto deu as boas-vindas à reunião da quinta-feira, Wang enfatizou que "a chave de seu sucesso está no fato de que se leve em consideração os interesses razoáveis e preocupações de todas as partes".


"A China - disse - não quer que continue a instabilidade na Ucrânia", mas assinalou também que a crise no país "tem complicadas origens históricas".

Após seu encontro com Wang, o ministro russo manteve uma reunião a portas fechadas com o presidente da China, Xi Jinping, com quem abodou o que acontece na Ucrânia, segundo cita a agência oficial "Xinhua", apesar de não dar mais detalhes a respeito.

Xi deu as boas-vindas à visita de Estado à China de seu colega russo, Vladimir Putin, prevista para maio, na qual o líder participará de uma cúpula em Xangai sobre cooperação estratégica na Ásia.

"China dá grande importância à cooperação e a coordenação com a Rússia e celebra a confiança mútua e a amizade compartilhadas com Putin", disse Xi, segundo "Xinhua".

A visita de Lavrov, ante-sala da de Putin, só está prevista para hoje e espera-se que o ministro abandone a potência asiática a última hora do terça-feira ou amanhã, quarta-feira.

Por enquanto, a China se mostrou ambígua em suas declarações oficiais sobre a crise na Ucrânia, já que por uma parte é reticente a qualquer movimento separatista pela existência de grupos independentistas também em seu território, mas por outro lado é frequente aliado diplomático da Rússia.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaCrise políticaEuropaRússiaUcrânia

Mais de Mundo

Supremo da Venezuela declara candidato opositor 'em desacato' e diz que decisões serão 'inapeláveis'

Rússia lança 'operação antiterrorista' e desloca 76 mil habitantes após incursão ucraniana

Harris aparece à frente de Trump nos estados-pêndulos de Michigan, Wisconsin e Pensilvânia

Tim Walz reforça tática de Kamala de usar tom alegre contra Trump

Mais na Exame