Mundo

Kuwait elege novo Parlamento com baixa recorde

O comparecimento às urnas no sábado foi de 40,3 por cento, de acordo com números preliminares citados pelo Ministério da Informação, baixa recorde

Manifestante ergue bandeira do Kuwait durante protesto pedindo boicote à eleição (Manifestante ergue bandeira do Kuwait durante protesto pedindo boicote à eleição)

Manifestante ergue bandeira do Kuwait durante protesto pedindo boicote à eleição (Manifestante ergue bandeira do Kuwait durante protesto pedindo boicote à eleição)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de dezembro de 2012 às 18h19.

Cidade do Kuwait - Os kuweitianos elegeram um novo Parlamento, que deve ser mais cooperativo com o governo do que o antecessor, depois de um boicote da oposição nas urnas e protestos que dividiram o Estado situado no Golfo Pérsico.

A eleição foi a segunda deste ano no país rico em petróleo, onde uma série de assembleias caíram devido à longa batalha de poder entre o Parlamento eleito e o gabinete, que tem praticamente uma família no poder, com posse dos principais cargos do governo.

O comparecimento às urnas no sábado foi de 40,3 por cento, de acordo com números preliminares citados pelo Ministério da Informação, baixa recorde, incluindo a primeira eleição geral, realizada em 1963. A participação nos últimos três pleitos foi de cerca de 60 por cento.

A oposição se recusou a participar da disputa, dizendo que o novo sistema de votação introduzido pelo emir impedia que seus candidatos obtivessem a maioria que conseguiram na última votação, em fevereiro.

A agitação política impediu reformas econômicas e investimentos, incluindo um plano de desenvolvimento de 108 bilhões de dólares, que tem como objetivo diversificar a economia do país, muito dependente do petróleo, e atrair investimentos estrangeiros.

"Esse é um Parlamento pró-governo. Agora o governo pode fazer tudo o que quiser, o que ele alegou estar sendo impedido de fazer. A questão agora é: ele vai fazer?", disse o professor de Ciência Política da Universidade do Kuweit, Shafeeq Ghabra.

"Enquanto o governo tem um Parlamento que não se opõe a ele, há uma população que está do lado da oposição", completou, referindo-se ao baixo comparecimento às urnas e aos protestos. "A fórmula ficou mais complicada." Mais da metade dos eleitos é novata no Parlamento, que tem 50 assentos. Candidatos xiitas ficaram com cerca de um terço dos assentos, informou a imprensa do país. No passado, os congressistas xiitas tendiam a ficar mais ao lado do governo no Parlamento. Três mulheres foram eleitas.

"O resultado da eleição é a fundação para um recomeço no desenvolvimento e na cooperação entre os poderes Legislativo e Executivo, para fazer o Kuweit e seu povo avançarem", afirmou o chefe da pasta do Ministério da Informação.

PROTESTOS A eleição foi dividida devido à mudança nas regras de votação anunciadas há seis semanas pelo emir Xeique Sabah al-Ahmad al-Sabah, que cortou o número de votos por pessoa de quatro para um.

Dezenas de milhares de pessoas protestaram na sexta-feira, no que organizadores disseram ter sido o maior protesto da história do país.

Os manifestantes pediam que as pessoas não fossem às urnas em protesto à reforma que, segundo eles, distorceria o resultado do pleito a favor dos candidatos pró-governo.

Acompanhe tudo sobre:EleiçõesKuwait

Mais de Mundo

Republicanos exigem renúncia de Biden, e democratas celebram legado

Apesar de Kamala ter melhor desempenho que Biden, pesquisas mostram vantagem de Trump após ataque

A estratégia dos republicanos para lidar com a saída de Biden

Se eleita, Kamala será primeira mulher a presidir os EUA

Mais na Exame