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Kerry confirma que Estados Unidos estão 'em guerra' com o EI

A Casa Branca afirmou na sexta-feira pela primeira vez que os EUA estão 'em guerra' contra o EI, da mesma forma como o esteve contra o grupo terrorista Al Qaeda


	O secretário de Estado americano, John Kerry
 (Jim Watson/AFP)

O secretário de Estado americano, John Kerry (Jim Watson/AFP)

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Da Redação

Publicado em 14 de setembro de 2014 às 12h29.

Washington - O secretário de Estado de EUA, John Kerry, confirmou em entrevista divulgada neste domingo que os Estados Unidos estão 'em guerra' com o grupo jihadista Estado Islâmico (EI), um termo que tinha evitado, mas que outros membros do governo já haviam utilizado.

Kerry, que se encontra em uma viagem internacional para obter apoio para uma coalizão global para combater o grupo jihadista, considerou que há 'uma espécie de debate tortuoso' sobre a terminologia.

'Sim, estamos em guerra com a Al Qaeda e suas filiais. E no mesmo contexto se quiserem usar, sim, estamos em guerra com o EI', disse Kerry em entrevista para o programa 'Face the Nation' da CBS que foi gravado no sábado durante sua escala no Egito.

O secretário de Estado considerou uma 'perda de tempo se concentrar nisso' e ressaltou que o importante é 'degradar e eliminar' o Estado Islâmico, segundo partes adiantadas pela emissora.

'O povo não deve pensar neste esforço só em termos de ataques aéreos', disse Kerry, que insistiu que só essa ação 'não vai resolver este desafio', ao mesmo tempo que rejeitou qualquer coordenação com o governo do presidente sírio, Bashar al Assad, que é acusado pelos Estados Unidos de regime ditatorial.

A Casa Branca afirmou na sexta-feira pela primeira vez que os Estados Unidos estão 'em guerra' contra o EI, da mesma forma como o esteve contra o grupo terrorista Al Qaeda e suas filiais desde os atentados de 11 de setembro de 2001.

Nos mesmos termos, o porta-voz do Pentágono, o contra-almirante John Kirby, disse na sexta-feira que 'isto não é a Guerra do Iraque', mas 'sabemos que estamos em guerra com o EI do mesmo modo que estamos em guerra e continuamos estando em guerra com a Al Qaeda e suas filiais'.

No sábado, o presidente de EUA, Barack Obama, condenou o 'brutal assassinato' do voluntário britânico David Haines, que segundo um vídeo divulgado pelo EI, teria sido decapitado e expressou o apoio ao Reino Unido, ao assegurar que trabalhariam juntos com uma 'ampla coalizão' de nações para 'degradar e destruir' o grupo jihadista.

Na quinta-feira, tanto o secretário de Estado como a assessora de segurança nacional, Susan Rice, evitaram utilizar a palavra 'guerra' para se referir à campanha ampliada que Obama anunciou na quarta-feira em discurso.

'Se alguém quiser pensar nisto como uma guerra contra o EI, pode fazer, mas o fato é que é uma grande operação antiterrorista que terá muitas partes diferentes em movimento', sustentou Kerry em uma entrevista à emissora 'CNN'.

No entanto, a Casa Branca disse que a estratégia do governo de Obama é 'significativamente diferente a seguida na Guerra do Iraque', lançada em 2003 pela Administração de George W. Bush, e insistiu que 'esta estratégia não está sendo desdobrada apenas pelos Estados Unidos só, mas por uma ampla coalizão internacional'.

Obama anunciou nesta semana a nova estratégia para combater os jihadistas, baseada na extensão dos bombardeios seletivos iniciados no Iraque em agosto a território sírio, onde o grupo terrorista é mais forte, assim como em armar e treinar aos rebeldes moderados nesse país para que os façam frente.

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