Chile: José Antonio Kast promete segurança, ordem e retomada econômica após vitória eleitoral. (EITAN ABRAMOVICH / AFP via Getty Images)
Repórter
Publicado em 15 de dezembro de 2025 às 08h12.
José Antonio Kast, de 59 anos, fundador do Partido Republicano, venceu neste domingo, 14, o segundo turno das eleições presidenciais com uma vantagem de aproximadamente 18 pontos percentuais sobre a esquerdista Jeannette Jara.
Diante de milhares de apoiadores em Santiago, Kast afirmou que será “o presidente de todos, sem exceção”, e que a população “deu um mandato claro, que não admite desculpas: não quer continuidade, quer uma mudança real”.
No discurso, Kast reforçou que seus principais focos serão segurança pública, política migratória e retomada do progresso econômico. “Sem segurança, não há paz. Sem paz, não há democracia, e sem democracia não há liberdade”, afirmou. "O Chile voltará a ser livre do crime, da angústia e do temor", declarou.
Ele prometeu rigor na aplicação da lei: “Quem não cumprir a lei, receberá todo o peso dessa lei”, disse, ressaltando ainda que os pais serão responsabilizados por eventuais crimes cometidos por seus filhos. “A ordem não é um capricho, é justiça”, afirmou.
A vitória de Kast foi ampla: venceu nas 16 regiões do país e conquistou a segunda maior vantagem em um segundo turno desde a redemocratização. A mais expressiva havia sido a da ex-presidente Michelle Bachelet, em 2013.
Apesar da retórica firme durante a campanha, o discurso da noite foi marcado por apelos à reconciliação nacional. Kast pediu que seus apoiadores não hostilizassem a adversária derrotada. “Se prevalece a violência e os gritos destemperados, é muito difícil seguir adiante. É uma pessoa igual a nós, embora pense diferente”, disse sobre Jara.
“Essa vitória não é a meta, mas o ponto de partida”, disse Kast, indicando que as mudanças serão implementadas “de imediato”, mas com resultados de médio prazo.O novo presidente agradeceu o apoio de candidatos de direita que não chegaram ao segundo turno, como Evelyn Matthei e Johannes Kaiser, e garantiu que não haverá “loteamentos” na formação de seu governo.
Ao final, Kast pediu a “bênção de Deus” e reafirmou o compromisso de “recuperar a fé nas instituições”, que, segundo ele, perderam a confiança da população.
*Com informações da EFE