Jara, da coalizão Unidad por Chile, e José Antonio Kast, do Partido Republicano, lideraram o primeiro turno da eleição. Pesquisas de opinião apontam Kast como o candidato à frente nas preferências do eleitorado. ( Claudio Santana/Getty Images)
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Publicado em 14 de dezembro de 2025 às 15h22.
Última atualização em 14 de dezembro de 2025 às 15h28.
As seções eleitorais em todo o Chile abriram na manhã deste domingo, 14, para o segundo turno da eleição presidencial, que definirá o sucessor do atual governo. A votação começou às 8h e segue até as 18h (horário de Brasília), com expectativa de que o resultado oficial seja divulgado ainda hoje, segundo o Serviço Eleitoral do Chile (Servel).
Mais de 15 milhões de eleitores estão aptos a votar nesta que é a primeira disputa presidencial realizada sob o regime de voto obrigatório desde que a regra voltou a vigorar no país. A medida, retomada após uma década, tem como objetivo elevar a participação popular e reduzir a abstenção, historicamente elevada em eleições recentes.
A corrida coloca frente a frente dois projetos políticos antagônicos. De um lado está Jeannette Jara, candidata de esquerda e representante da coalizão governista, que defende maior presença do Estado na economia, fortalecimento de políticas sociais e continuidade das reformas iniciadas nos últimos anos.
A candidata presidencial do Chile Jeannette Jara, da coalizão Unidad por Chile, exibe sua cédula antes de votar durante o segundo turno da eleição presidencial em Santiago, em 14 de dezembro de 2025.
Do outro, José Antonio Kast, líder do Partido Republicano e expoente da direita chilena, com discurso centrado em endurecimento da segurança pública, redução do tamanho do Estado e críticas ao atual modelo político.
O candidato presidencial do Chile José Antonio Kast, do Partido Republicano, posa para uma foto ao lado da esposa, María Pía Adriasola, antes de votar no segundo turno da eleição presidencial, em Paine, ao sul de Santiago. (Marcelo Hernandez/Getty Images) (Javier TORRES / AFP via Getty Images)
No primeiro turno, a diferença entre os dois foi de cerca de três pontos percentuais, resultado considerado acima das expectativas para Kast. Desde então, pesquisas divulgadas por institutos locais e citadas pela imprensa chilena apontam uma ampliação da vantagem do candidato ultraconservador.
O levantamento mais recente indica Kast com cerca de 50% das intenções de voto, contra aproximadamente 34% de Jara, enquanto indecisos e votos brancos seguem como fator de incerteza.
Um eleitor deposita seu voto acompanhado de seu cachorro durante a eleição presidencial de 2025. (Marcelo Hernandez/Getty Images) (Marcelo Hernandez/Getty Images)
O processo eleitoral ocorre sob forte esquema de segurança, com apoio das Forças Armadas, como prevê a legislação chilena para dias de votação. Observadores internacionais da Organização dos Estados Americanos (OEA) e da União Europeia acompanham o pleito, monitorando desde a abertura das urnas até a apuração.
Mulheres a segurança do lado de fora de um local de votação durante o segundo turno da eleição presidencial. (RODRIGO ARANGUA / AFP via Getty Images) (RODRIGO ARANGUA / AFP via Getty Images)
Além da disputa ideológica, o próximo presidente enfrentará um cenário político desafiador. Analistas destacam que o novo governo terá de negociar com um Congresso fragmentado, lidar com pressões por crescimento econômico, inflação e segurança, além de responder às demandas sociais que marcaram os protestos dos últimos anos.
Após o encerramento da votação, o Servel deve divulgar boletins parciais ao longo da noite, seguidos pelo resultado consolidado. A expectativa das autoridades eleitorais é de uma apuração rápida, mantendo a tradição chilena de transparência e agilidade no processo eleitoral.