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Kassab nega impor condições para aliança PSD-PSDB

Prefeito de São Paulo negou que a indicação do candidato seja a condição para fechar a aliança

Kassab: "Entendo, antes de mais nada, que precisamos trabalhar pela aliança. Num segundo momento, vamos decidir quem são os melhores candidatos dessa aliança" (Lailson Santos/Veja)

Kassab: "Entendo, antes de mais nada, que precisamos trabalhar pela aliança. Num segundo momento, vamos decidir quem são os melhores candidatos dessa aliança" (Lailson Santos/Veja)

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Da Redação

Publicado em 17 de outubro de 2011 às 08h51.

São Paulo - Após o governador Geraldo Alckmin ter defendido a aliança PSD-PSDB na eleição para a Prefeitura em 2012, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, negou que a indicação do candidato seja a condição para fechar a aliança. A cúpula tucana quer selar o acordo com o PSD, mas vai colocar na mesa o tempo de TV da legenda para barganhar a cabeça de chapa.

"É natural que todos tenham suas expectativas. Mas quando um partido coloca condições para fazer uma aliança é um mau começo", disse o prefeito ao Estado, ao ser questionado se o PSD insistirá na cabeça de chapa. Kassab quer que em 2012 o PSDB apoie o seu candidato - o vice governador Guilherme Afif Domingos ou o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles - em troca de uma aliança pela reeleição de Alckmin em 2014.

Mas, no Palácio dos Bandeirantes, a orientação é costurar até março o maior número de apoios para engordar o tempo de TV, aumentar o cacife do PSDB e oferecer a Kassab o cargo de vice. Para a articulação funcionar, Alckmin quer postergar as prévias tucanas para o primeiro trimestre de 2012, de modo que o "jogo possa ser jogado até lá". A estratégia enfrenta a resistência de pré-candidatos do PSDB que exigem a disputa em dezembro.

"O governador também manifestou essa expectativa (da aliança PSD-PSDB). Entendo, antes de mais nada, que precisamos trabalhar pela aliança. Num segundo momento, vamos decidir quem são os melhores candidatos dessa aliança", afirmou Kassab, que disse ter "profundo respeito pelos que já apresentaram seus nomes, inclusive para disputar as prévias no PSDB".

Ao defender a aliança na sexta-feira, Alckmin também não falou em nomes: "Estamos abertos para construirmos todos juntos uma grande aliança em torno de uma proposta para São Paulo, independentemente de nomes".

Hoje, o PSDB tem quatro pré-candidatos, mas nenhum empolga a cúpula do partido, apesar da predileção de Alckmin pelo secretário Bruno Covas (Meio Ambiente). Os outros pré-candidatos são Andrea Matarazzo (Cultura), José Aníbal (Energia) e o deputado Ricardo Tripoli.

Apesar do fantasma da eleição de 2008, quando Alckmin foi derrotado por Kassab, a tese da aliança PSD-PSDB ganhou força entre aliados do governador.

Há dez dias, Alckmin encontrou-se, separadamente, com o ex-governador Alberto Goldman e com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, com quem discutiu a aliança. Ouviu os argumentos a favor do acordo e o risco de que uma derrota na Prefeitura enfraqueceria ainda mais o PSDB, cuja situação é bastante frágil pelo resto do País.

Moeda - Alckmin corre agora para costurar o arco de alianças que dará peso ao partido na negociação com o PSD. De saída, o PSDB já tem garantidos 4min06s, por dia, no horário eleitoral gratuito de 2012 - dois terços são calculados com base na bancada eleita para a Câmara em 2010 e um terço, rateado entre os partidos com candidato. Por enquanto, o PSD, por não ter eleito deputado, não tem tempo de TV.

Alckmin tem um caderno com a capa do Santos, no qual costuma anotar as prováveis configurações partidárias em 2012. Ele e os principais interlocutores no palácio consultam uma tabela com o cabeçalho: "Tempo TV - Partidos", presente nas principais reuniões para discutir política. Detalhe: a distribuição do tempo de TV que consta da tabela tucana não está correta.

O PSDB aposta na aliança com DEM, PP e PSB. Amarrou os três partidos com cargos no governo e ameaça retaliar quem não apoiar a legenda. Os tucanos dizem ter garantias da cúpula do DEM, reforçadas em almoço recente no Palácio dos Bandeirantes. Além da participação no governo, foi colocado na mesa o apoio em Salvador à candidatura de ACM Neto em 2012 ou 2014.

Ocorre que o DEM flerta com o PMDB, do pré-candidato Gabriel Chalita. O vice-presidente Michel Temer (PMDB) reuniu-se com o presidente da legenda, José Agripino, para tratar da aliança, que também passa pelo apoio em Salvador e no Rio Grande do Norte, na reeleição da governadora Rosalba Ciarlini.

Temer também quer o PP no projeto de Chalita. Em conversas com o presidente do partido, Francisco Dornelles, foi dito que a sigla não está compromissada com o PSDB, embora tenha obtido dos tucanos a presidência da CDHU em troca do apoio na eleição de 2012.

Mas a aliança que mais preocupa o Palácio dos Bandeirantes é com o PSB. O presidente do partido, o governador Eduardo Campos (PE), reuniu-se neste final de semana com Kassab, com quem tem compromisso de apoio na eleição paulistana.

Alckmin, entretanto, aposta num acordo com o PSB. Disse isso a Campos em conversa recente. Entrou pessoalmente na negociação a favor da indicação da mãe de Campos, Ana Arraes, para a vaga no TCU. Nomeou o presidente estadual da legenda, Márcio França, secretário de Turismo em troca de apoio em 2012.

Além disso, os tucanos, cientes de que Campos quer aumentar a sua influência na região Sudeste, sinalizaram com o apoio a candidatos do PSB nas cidades paulistas de Campinas, São José do Rio Preto e Carapicuíba.

Embora Campos já tenha anunciado publicamente a intenção de caminhar com o PSD, os tucanos dizem não fazer sentido a legenda abrir mão de uma aliança em São Paulo, que pode durar até 2014, "por uma aventura" em 2012. A não ser que PSD e PSDB estejam unidos na disputa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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