Mundo

Kamala Harris inicia visita à Ásia em meio ao desastre do Afeganistão

Kamala Harris, deu início a uma viagem pela Ásia onde buscará fortalecer a confiança da região em Washington, após a saída caótica dos EUA do Afeganistão

Kamala Harris, vice-presidente dos Estados Unidos: criticada por incluir o Vietnã, um país comunista, na viagem enquanto as tropas americanas tentam retirar pessoas do aeroporto de Cabul (AFP/AFP Photo)

Kamala Harris, vice-presidente dos Estados Unidos: criticada por incluir o Vietnã, um país comunista, na viagem enquanto as tropas americanas tentam retirar pessoas do aeroporto de Cabul (AFP/AFP Photo)

A

AFP

Publicado em 22 de agosto de 2021 às 14h31.

A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, deu início a uma viagem pela Ásia neste domingo (22), onde buscará fortalecer a confiança da região em Washington, após sua saída caótica do Afeganistão e a tomada do poder pelos talibãs.

Durante sua visita a Cingapura e ao Vietnã, Harris tentará amenizar as preocupações dos aliados sobre a confiabilidade dos Estados Unidos, após o retorno dos islamistas afegãos ao poder.

“A vice-presidente deixará claro durante sua visita que temos um compromisso duradouro com a região”, declarou um alto funcionário dos Estados Unidos.

Harris, cuja mãe é de origem indiana, desembarcou em Cingapura no domingo e terá seus primeiros encontros com líderes da cidade-estado na segunda-feira.

A vice-presidente foi criticada por incluir o Vietnã, um país comunista, na viagem enquanto as tropas americanas tentam retirar pessoas do aeroporto de Cabul.

A crise em Cabul atraiu comparações com o trauma de 1975 em Saigon, quando helicópteros americanos fizeram as últimas evacuações do telhado da embaixada, enquanto as tropas vietcongues avançavam.

Washington esclareceu que a viagem foi planejada muito antes do desastre no Afeganistão, e insistem que Harris se concentrará na estratégia geral da administração americana na Ásia.

A visita ocorre em um momento em que o governo de Joe Biden busca formar alianças contra a China e restabelecer relações após a turbulenta presidência de Donald Trump.

Peso estratégico e econômico

O Sudeste Asiático continua tendo "importância estratégica e econômica" para os Estados Unidos, disse um funcionário da Casa Branca que pediu para não ser identificado. "Isso não mudou com o Afeganistão".

A região, com 10 países, é palco da disputa por influência entre Estados Unidos e China, e Washington criticou Pequim por reivindicar quase todo o Mar da China Meridional.

A zona marítima, com rotas de navegação importantes, tem reivindicações territoriais de Brunei, Malásia, Filipinas, Taiwan e Vietnã.

"Depois da administração anterior e do que está acontecendo no Afeganistão, é de grande importância que os Estados Unidos fortaleçam a confiança política nesta região", disse Mustafa Izzuddin, analista de assuntos internacionais da Solaris Strategies Singapore.

Em Cingapura, Harris se encontrará com o presidente e o primeiro-ministro e visitará a Base Naval de Changi, onde fará um discurso aos marinheiros da embrcação USS Tulsa.

Ela chegará a Hanói na terça-feira à noite e será a primeira vice-presidente de seu país a visitar o Vietnã. Se reunirá com funcionários do governo vietnamita, estará na inauguração do escritório do Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos para o Sudeste Asiático e se encontrará com representantes da sociedade civil local.

Harris também participará de uma reunião virtual de autoridades do sudeste asiático com foco na pandemia do coronavírus.

Assine a EXAME e acesse as notícias mais importante em tempo real.

Acompanhe tudo sobre:AfeganistãoKamala HarrisTalibã

Mais de Mundo

Drones sobre bases militares dos EUA levantam preocupações sobre segurança nacional

Conheça os cinco empregos com as maiores taxas de acidentes fatais nos EUA

Refugiados sírios tentam voltar para casa, mas ONU alerta para retorno em larga escala

Panamá repudia ameaça de Trump de retomar o controle do Canal