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Kailash Satyarthi, a voz contra o trabalho infantil

Kailash Satyarthi libertou 80 mil crianças escravas na Índia, uma missão reconhecida com o Prêmio Nobel da Paz junto a Malala Yousafzai

O ativista social Kailash Satyarthi, vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 2014 (Adnan Abidi/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2014 às 10h38.

Nova Deli - Ativista social com formas "gandhianas", Kailash Satyarthi libertou 80 mil crianças escravas na Índia , uma missão reconhecida nesta sexta-feira com o Prêmio Nobel da Paz junto à paquistanesa Malala Yousafzai.

Seu trabalho já havia sido destacado com várias premiações, como o Prêmio Internacional de Direitos Humanos do Centro Robert F. Kennedy, dos Estados Unidos; o Prêmio Internacional Direitos Humanos Fredric Ebert, da Alemanha; e o Prêmio Internacional Alfonso Comin, da Espanha.

Nascido em 11 de janeiro de 1954 na cidade de Vidisha no estado indiano de Madhya Pradesh, Satyarthi abandonou sua carreira como engenheiro elétrico aos 26 anos para lutar contra o trabalho infantil na década de 80. Em 1983, fundou a ONG Bachpan Bachao Andolan (ou Movimento para Salvar a Infância) na Índia, que, com 50 milhões de trabalhadores, é o país com a maior incidência de trabalho infantil.

A organização de Satyarthi realiza batidas em oficinas e fábricas onde é usada mão de obra infantil, em algumas ocasiões sem informar à polícia o lugar exato para evitar que avisem aos criminosos.

Foi responsável por criar o selo "Rugmark" que certifica que os tapetes indianos vendidos no exterior não foram fabricados com mão de obra infantil. Além disso, organiza campanhas de conscientização com protestos que seguem o modelo pacífico de Mahatma Gandhi. Mas a luta deste ativista ultrapassou as fronteiras indianas e ele ajudou a fundar a Marcha Global contra o Trabalho Infantil.

"Lembro que quando comecei a lutar contra do exploração infantil há mais de 20 anos, o número global chegava a 250 milhões de crianças e caiu para os 168 milhões. As crianças escravas perdem toda sua infância, aspirações, futuro, oportunidades, educação e, o mais importante, sua liberdade ", advertiu à Agência Efe Satyarthi em recente entrevista.

"O crescimento e a economia de mercado não podem prosperar respaldando a escravidão e o tráfico infantil. Não podemos fazer este mundo melhor, mais pacífico e apto para viver tendo o peso da escravidão infantil não nas costas, mas bem na sua frente", reivindicou.

Quando Narendra Modi , que em sua infância trabalhou vendendo chá, foi eleito primeiro-ministro em maio, Satyarthi tuitou: "Um menino vendedor de chá desafia seus opositores e se transforma no líder da Índia. Agora, é seu papel garantir que nenhuma criança seja forçada a trabalhar".

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Seu trabalho já havia sido destacado com várias premiações, como o Prêmio Internacional de Direitos Humanos do Centro Robert F. Kennedy, dos Estados Unidos; o Prêmio Internacional Direitos Humanos Fredric Ebert, da Alemanha; e o Prêmio Internacional Alfonso Comin, da Espanha.

Nascido em 11 de janeiro de 1954 na cidade de Vidisha no estado indiano de Madhya Pradesh, Satyarthi abandonou sua carreira como engenheiro elétrico aos 26 anos para lutar contra o trabalho infantil na década de 80. Em 1983, fundou a ONG Bachpan Bachao Andolan (ou Movimento para Salvar a Infância) na Índia, que, com 50 milhões de trabalhadores, é o país com a maior incidência de trabalho infantil.

A organização de Satyarthi realiza batidas em oficinas e fábricas onde é usada mão de obra infantil, em algumas ocasiões sem informar à polícia o lugar exato para evitar que avisem aos criminosos.

Foi responsável por criar o selo "Rugmark" que certifica que os tapetes indianos vendidos no exterior não foram fabricados com mão de obra infantil. Além disso, organiza campanhas de conscientização com protestos que seguem o modelo pacífico de Mahatma Gandhi. Mas a luta deste ativista ultrapassou as fronteiras indianas e ele ajudou a fundar a Marcha Global contra o Trabalho Infantil.

"Lembro que quando comecei a lutar contra do exploração infantil há mais de 20 anos, o número global chegava a 250 milhões de crianças e caiu para os 168 milhões. As crianças escravas perdem toda sua infância, aspirações, futuro, oportunidades, educação e, o mais importante, sua liberdade ", advertiu à Agência Efe Satyarthi em recente entrevista.

"O crescimento e a economia de mercado não podem prosperar respaldando a escravidão e o tráfico infantil. Não podemos fazer este mundo melhor, mais pacífico e apto para viver tendo o peso da escravidão infantil não nas costas, mas bem na sua frente", reivindicou.

Quando Narendra Modi , que em sua infância trabalhou vendendo chá, foi eleito primeiro-ministro em maio, Satyarthi tuitou: "Um menino vendedor de chá desafia seus opositores e se transforma no líder da Índia. Agora, é seu papel garantir que nenhuma criança seja forçada a trabalhar".

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