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Kadafistas resistem nos bastiões líbios de Sirte e Bani Walid

As duas cidades concentram os conflitos entre os aliados do ditador e as forças do Conselho Nacional de Transição

Confronto na Líbia: CNT adiou indefinidamente a criação do novo governo (Mahmud Turkia/AFP)

Confronto na Líbia: CNT adiou indefinidamente a criação do novo governo (Mahmud Turkia/AFP)

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Da Redação

Publicado em 19 de setembro de 2011 às 18h35.

Bani Walid , Líbia - As forças do novo regime líbio entraram novamente nesta segunda-feira em Bani Walid e mantinham o cerco a Sirte, bastiões leais a Muamar Kadafi onde os filhos do ex-líder líbio podem estar escondidos.

O porta-voz do antigo regime, Mussa Ibrahim, afirmou que as tropas do Conselho Nacional de Transição (CNT) conquistaram várias vitórias nos últimos dias em Bani Walid e Sirte.

Violentos combates eram travados nesta segunda-feira entre forças das novas autoridades líbias e partidários do regime deposto em Bani Walid, anunciou Abdullah Kenchil, autoridade local do CNT.

"Os revolucionários entraram esta manhã em Bani Walid e travavam uma dura batalha" contra os partidários do coronel Kadafi neste oásis situado 170 km a sudeste de Trípoli, acrescentou Kenchil à AFP.

No domingo, os combatentes do CNT precisaram recuar a seis quilômetros da cidade, após um contra-ataque dos partidários de Kadafi.

"Precisamos recuar devido à intensidade dos bombardeios das forças leais (a Kadafi) contra nossas posições", explicou um combatente do CNT à AFP.

Segundo ele, os combatentes que defendem a cidade são "mercenários de Chade, Níger e Togo, como foi evidenciado através dos corpos recuperados".

Está sendo negociado para que os civis, segundo ele cerca de 50 mil, possam sair da cidade.

Kenchil também reiterou que Seif al-Islam, um dos filhos de Kadafi, foi visto em Bani Walid e que o ex-"Guia" também pode estar no local.

Em Sirte, 360 km a leste de Trípoli, os pró-CNT buscavam consolidar suas posições e limpar as principais estradas para permitir a saída dos civis. Muitas famílias fugiram nesta segunda-feira desta cidade de 130 mil habitantes, segundo um jornalista da AFP.

"As forças de Kadafi disparam contra nós com artilharia pesada", disse Tarek Mohammed, morador do bairro litrâneo, ao deixar a cidade com a esposa e a filha.

Segundo um porta-voz militar do CNT, os combates se concentram ao redor do complexo de Uagadugú, onde o coronel Kadafi realizava cúpulas panafricanas, e que parece ter se tornado agora a nova base da famosa 32ª Brigada.

Os combatentes consideram que esta unidade de elite dirigida por Khamis Kadafi, filho do ex-líder cuja morte já foi anunciada em várias ocasiões pelo CNT, foi retomada por seu irmão Muatasim, médico e militar.

"Sabemos por conversas de rádio que Muatasim está lá" e comanda a 32ª Brigada, assegurou o porta-voz militar.


Apesar dos avanços dos combatentes do CNT, a incerteza prosseguia no plano político.

O anúncio de um novo governo de transição foi adiado indefinidamente no domingo à noite, já que os novos líderes não entraram em acordo sobre sua composição.

A França, na vanguarda do apoio ao CNT líbio, minimizou o atraso e, segundo Romain Nadal, um dos porta-vozes do Ministério das Relações Exteriores, "é natural e legítimo que a formação de um governo plenamente representativo na Líbia leve tempo".

É "um exercício difícil em um país que viveu quase 42 anos de ditadura", mas a França segue incentivando o CNT "a nomear o quanto antes um governo representativo e operacional", acrescentou o porta-voz.

Reconhecido pela ONU como representante do povo líbio, o CNT já havia anunciado em setembro que esperava governar o país até a eleição de uma Assembleia Constituinte, antes da realização de eleições gerais, um ano depois.

Mas as novas autoridades devem assegurar o controle de todo o território líbio.

No plano econômico, o grupo petroleiro francês Total anunciou nesta segunda-feira que aposta na retomada em breve de sua produção na Líbia e acredita que existirão novas oportunidades no país.

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