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Kadafi volta a acusar a Al-Qaeda e promete ficar no poder

Ditador líbio também disse que haverá milhares de mortos em caso de intervenção estrangeira no país

Muammar Kadafi, ditador líbio: "não há demonstrações pacíficas na Líbia" (Mahmud Turkia/AFP)

Muammar Kadafi, ditador líbio: "não há demonstrações pacíficas na Líbia" (Mahmud Turkia/AFP)

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Da Redação

Publicado em 2 de março de 2011 às 13h04.

Trípoli - O dirigente líbio Muamar Kadhafi voltou a discursar nesta quarta-feira, durante uma cerimônia pública em Trípoli, quando negou que existam rebeliões em seu país, acusou a Al-Qaeda pelos distúrbios e descartou deixar o poder, uma vez que não possui "poder de verdade".

Ele também ameaçou que haverá milhares de mortos em caso de intervenção estrangeira em seu país.

Mas pediu que a ONU envie uma missão de verificação a seu país e prometeu:

"Combateremos até o último homem e a última mulher".

Kadhafi afirmou que o objetivo da Al-Qaeda é controlar a terra da Líbia e seu petróleo.

"Células adormecidas da Al-Qaeda, seus elementos, se infiltraram gradualmente... Eles acreditam que o mundo é deles, lutam em qualquer lugar, os serviços de inteligência os conhecem pelo nome", acusou o líder líbio a uma atenta audiência.

"Começou de repente na cidade de Al-Baida... As células adormecidas receberam ordens de atacar o batalhão... e roubaram as armas das delegacias", contou Kadhafi.

"As mulheres fugiram... havia balas para todo lado. Foi a mesma situação em Benghazi", afirmou, referindo-se à cidade do leste sob controle das forças rebeldes.

"Não há demonstrações pacíficas na Líbia. Se houvesse, por que os estrangeiros estão fugindo, as embaixadas estão fechando em Trípoli, funcionários de companhias petroleiras estão fugindo do deserto?", questionou.

A respeito da indústria do petróleo, afirmou que as companhias petroleiras estão amedrontadas e a produção parou. "A produção de petróleo está em seu menor nível", afirmou.

"A conspiração se tornou clara", disse ainda.


"Isso é impossível, impossível. Vamos lutar até o fim, até o último homem, até a última mulher. Com ajuda de Deus".

Kadhafi alegou ainda que o povo da cidade de Benghazi, que teve um papel-chave na rebelião, pediu ajuda ao governo para "se livrar das gangues".

cerimônia foi transmitida logo depois que os rebeldes informaram que haviam repelido um ataque das forças de Kadhafi na cidade de Brega na véspera, com testemunhas reportando dois civis mortos.

O evento foi para marcar o aniversário do lançamento dos Comitês do Povo, de acordo com o locutor da TV estatal.

Lendo um texto preparado, o discurso Kadhafi foi várias vezes interrompido por aplausos dos partidários do dirigente.

Kadhafi criticou as informações sobre as demissões de oficiais superiores de seu regime, incluindo chefes militares e embaixadores.

"As renúncias lá fora, as declarações de dentro (da Líbia)... não acreditem nelas", afirmou.

"No que diz respeito à Líbia... nada aconteceu... e é estranho que o mundo receba notícias de correspondentes e TVs que não estão presentes na Líbia".

"Eles não querem notícias verdadeiras da Líbia", enfatizou. "Não existem prisioneiros políticos na Líbia", acrescentou.

"Quando os Comitês do Povo determinam algo, se torna lei e é implementada para todos os líbios. Ninguém pode declarar guerra ou paz a menos que os Comitês do Povo assim decidam", afirmou ainda.

"Muamar não tem poder de verdade para renunciar a ele".

Kadhafi pediu que a comunidade internacional que estabeleça uma comissão de verificação para confirmar se há mesmos mais de mil mortos nas mãos de suas forças.

"Pedimos ao mundo, às Nações Unidas, que enviem uma equipe de verificação para investigar".

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