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Kadafi 'teve o que mereceu', afirmam enfermeiras búlgaras

As cinco mulheres ficaram oito anos presas na Líbia acusadas pelo ditador de infectar crianças com Aids

As enfermeiras búlgaras participam de uma missa por sua libertação: oito anos presas por Kadafi (Boryana Katsarova/AFP)

As enfermeiras búlgaras participam de uma missa por sua libertação: oito anos presas por Kadafi (Boryana Katsarova/AFP)

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Da Redação

Publicado em 20 de outubro de 2011 às 13h50.

Sofia, Bugária - As cinco enfermeiras búlgaras que ficaram presas por oito anos na Líbia em função do escândalo da infecção de crianças líbias com o vírus da Aids comentaram a notícia da morte de Muammar Kadafi afirmando que "ele teve o que mereceu".

"A notícia me deixou muito feliz. É uma punição. Um cachorro como ele merecia morrer como um cachorro", afirmou Valya Chervenyashka à AFP.

As enfermeiras foram torturadas e duas vezes sentenciadas à morte no regime de Kadafi.

Valentina Siropolu, outra das enfermeiras libertadas em 2007, declarou: "Eu estou muito feliz, eu esperava por isso. Ele teve o que mereceu".

Snezhana Dimitrova e Kristiana Valcheva, contudo, tiveram uma reação diferente.

"Eu ficaria feliz se ele tivesse sido capturado vivo", afirmou Valcheva.

"Não posso ficar feliz com a morte de ninguém, mesmo de meu inimigo", acrescentou Dimitrova.

As cinco disseram ainda esperar que os novos líderes da Líbia as inocentem.

"O principal objetivo do governo búlgaro deveria ser exigir que nossa inocência seja reconhecida", acrescentou Chervenyashka.

As cinco enfermeiras búlgaras, junto com um médico palestino, foram presos na Líbia, em 1999, sob acusação de infectar 438 crianças com o vírus HIV em um hospital pediátrico de Benghazi.

Especialistas, incluindo Luc Montagnier, o virologista codescobridor do HIV, testemunhou que a infecção se deu por causa de carência de higiene.

O caso ganhou as manchetes mundiais e os envolvidos foram libertados e voltaram para Bulgária em 2007.

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