Kirchner: Cristina ainda enfrenta vários processos judiciais e mandados de prisão preventiva (Daniel Jayo / Freelancer/Getty Images)
EFE
Publicado em 24 de dezembro de 2019 às 09h35.
Última atualização em 24 de dezembro de 2019 às 09h36.
Buenos Aires - A Justiça da Argentina revogou nesta segunda-feira um mandado de prisão preventiva expedido contra a ex-presidente e atual vice-presidente do país, Cristina Kirchner.
O Tribunal Oral Criminal Federal de Buenos Aires decidiu tornar sem efeito o mandado expedido pelo juiz Claudio Bonadio, que investiga a assinatura de um memorando de entendimento entre o governo de Cristina, então presidente da Argentina, e o Irã.
O acordo é investigado após denúncias de que ele seria só um pretexto para encobrir a participação de iranianos no atentado contra a sede da Associação Mutual Israelita Argentina (Amia) em 1994. O ataque deixou 85 mortos e segue impune.
O pacto, declarado ilegal na Argentina e não ratificado no Irã, pretendia abrir uma investigação conjunta do ataque. A autoria do atentado é atribuída ao grupo xiita libanês Hezbollah e a ex-funcionários do alto escalão do governo iraniano.
Apesar de o mandado de prisão ter sido expedido a dois anos, ele nunca foi cumprido. Eleita senadora, Cristina tinha foro privilegiado. Para detê-la, era necessário que o Senado aprovasse o pedido, o que nunca ocorreu.
As investigações começaram com o promotor Alberto Nisman, que foi encontrado morto no apartamento em que vivia pouco depois de denunciar Cristina de tentar encobrir a participação de iranianos no atentado.
A morte de Nisman também não foi esclarecida e é um assunto que gera grande polêmica no país.
Cristina ainda enfrenta vários processos judiciais e mandados de prisão preventiva. Em um deles, que ficou conhecido como "Cadernos das Propinas, ela é acusada de corrupção. A ex-presidente se diz inocente e vítima de uma perseguição da Justiça.
Nesta semana, a Justiça da Argentina também revogou três mandados de prisão contra três ex-funcionários dos governos de Cristina que estavam presos por corrupção por envolvimento no caso dos "Cadernos das Propinas". EFE