Fernando Ariel Carrera, de 34 anos, foi condenado em 2007 pelo Tribunal Oral no Criminal 14 (Giuseppe Cacace/AFP)
Da Redação
Publicado em 6 de junho de 2012 às 19h44.
Buenos Aires - Um homem preso há sete anos na Argentina, acusado da morte de três pessoas em um atropelamento e cujo caso motivou um filme, foi libertado nesta quarta-feira após a Corte Suprema de Justiça do país revogar sua pena por considerar que o caso foi analisado incorretamente pelas instâncias inferiores.
Fernando Ariel Carrera, de 34 anos, foi condenado em 2007 pelo Tribunal Oral no Criminal 14. Mas nesta terça-feira, os juízes do Supremo consideraram procedente o recurso apresentado pela defesa de Carrera contra a sentença de 30 anos de prisão - convalidada pela Câmara Federal de Cassação Penal.
A Corte entendeu que a Câmara não fez uma ampla análise da condenação e determinou a revisão do expediente sobre o caso, que acusou o réu pelo homicídio de três pessoas, entre elas uma criança de seis anos, além de lesões, roubo e abuso de arma de fogo.
''É impossível compensar o que vivi nesses anos em prisão. Estou superagradecido à decisão da Corte e querendo me encontrar com meus familiares. Tenho muita alegria, estou sem palavras'', declarou Carrera à imprensa, após sair da prisão.
A história de Carrera, que cumpre pena na prisão de Marcos Paz, foi recriada em 2010 no filme ''El Rati Horror Show'', do cineasta argentino Enrique Piñeyro.
Segundo o longa-metragem, que poderia agora ser usado como prova para a libertação, na realidade o comerciante foi confundido por policiais que buscavam três ladrões. Depois de receber dos policiais um tiro na mandíbula, o homem seguiu dirigindo inconsciente por mais 500 metros e atropelou as três vítimas.
Em dezembro de 2008, o artista Adolfo Pérez Esquivel (Prêmio Nobel da Paz de 1980), a ativista Nora Cortiñas (das Mães da Praça de Maio) e o próprio cineasta Piñeyro apresentaram um vídeo à Corte Suprema de Justiça da Argentina para exibir as irregularidades da causa, que, segundo o cineasta, foi armada e manipulada pela polícia.