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Juízes se retiram de julgamento de líder muçulmano

Juízes responsáveis pelo julgamento do Guia Supremo da Irmandade Muçulmana e de seus auxiliares se retiraram por "objeção de consciência"

O guia supremo da Irmandade Muçulmana, Mohamed Badie: nesta segunda audiência, nenhum dos 35 acusados foram levados ao tribunal (AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 29 de outubro de 2013 às 11h47.

Cairo -Os três juízes responsáveis pelo julgamento do líder da Irmandade Muçulmana egípcia se retiraram do caso por "objeção de consciência", nesta terça-feira, uma semana antes do início do julgamento de outra importante figura islamita, o presidente destituído Mohamed Mursi .

Os magistrados responsáveis pelo julgamento do Guia Supremo da Irmandade, Mohamed Badie, e de seus auxiliares por "incitação ao assassinato" de manifestantes se retiraram do caso, adiando mais uma vez o julgamento dos 35 acusados, que permanecerão em prisão preventiva.

Nesta segunda audiência, assim como na anterior, nenhum dos 35 acusados - entre eles Badie e seus dois adjuntos no comando da irmandade de Mursi, destituído pelo exército em julho - foi levado ao tribunal.

O julgamento de Badie, e de seus adjuntos, Khairat al-Shater e Rashad Bayumi, atualmente detidos, e de outros 32 islamitas já havia sido adiado no fim de agosto, quando nenhum acusado compareceu ao tribunal.

Os três dirigentes podem ser condenados à pena de morte por "cumplicidade" no assassinato de oito manifestantes anti-Mursi em 30 de junho. Três outros membros do grupo foram acusados pelos "assassinatos" e outros 29 militantes islamitas serão julgados por participação, já que estavam armados, segundo a promotoria, nos confrontos.

No dia 30 de junho, milhões de manifestantes exigiram nas ruas a renúncia de Mohamed Mursi, o primeiro presidente eleito democraticamente no Egito. O exército se apoiou nesta mobilização para justificar o golpe de Estado contra Mursi.


"Não há nenhuma prova nestes casos", declarou à AFP Mohamed Damati, um dos advogados de defesa, que denunciou um "julgamento político".

Ao mesmo tempo, parentes exibiam fotografias das pessoas mortas.

"Quero ver Badie e Shater enforcados. Lutarei pelos direitos de meu filho", disse à AFP Setohy Abdel Rahman, que perdeu o filho de 15 anos.

Apesar de ser considerado simbólico, o julgamento de Badie e seus adjuntos poderia ser ofuscado pelo de Mursi. O ex-presidente comparecerá a partir de 4 de novembro a um tribunal do distrito do Cairo, ao lado de outras 14 pessoas, acusado de "incitação ao assassinato" de manifestantes em 5 de dezembro de 2012, quando estava no poder.

Seus partidários afirmam que Mursi, destituído e preso pelo exército em 3 de julho, não reconhece a autoridade do tribunal.

"Nenhum advogado, egípcio ou estrangeiro, defenderá o presidente Mohamed Mursi, porque o presidente não reconhece este julgamento nem outra ação ou processo proveniente do golpe de Estado", anunciou em um comunicado a Aliança pela Democracia e contra o golpe de Estado, uma coalizão de partidários de Mursi.

O exército, que nomeou um governo e um presidente interino após a queda de Mursi, mantém o ex-presidente detido em um local secreto.

A Irmandade, que já não mobiliza multidões como nas manifestações pouco depois da queda de Mursi, convocou protestos para o dia do julgamento. O governo anunciou que colocará as tropas nas ruas e analistas temem novos atos de violência.

Mais de mil partidários de Mursi foram mortos pela polícia e o exército desde a violenta dispersão de seus simpatizantes, em 14 de agosto. Além disso, mais de 2.000 integrantes da Irmandade Muçulmana foram detidos.

*Atualizada às 12h47

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Os magistrados responsáveis pelo julgamento do Guia Supremo da Irmandade, Mohamed Badie, e de seus auxiliares por "incitação ao assassinato" de manifestantes se retiraram do caso, adiando mais uma vez o julgamento dos 35 acusados, que permanecerão em prisão preventiva.

Nesta segunda audiência, assim como na anterior, nenhum dos 35 acusados - entre eles Badie e seus dois adjuntos no comando da irmandade de Mursi, destituído pelo exército em julho - foi levado ao tribunal.

O julgamento de Badie, e de seus adjuntos, Khairat al-Shater e Rashad Bayumi, atualmente detidos, e de outros 32 islamitas já havia sido adiado no fim de agosto, quando nenhum acusado compareceu ao tribunal.

Os três dirigentes podem ser condenados à pena de morte por "cumplicidade" no assassinato de oito manifestantes anti-Mursi em 30 de junho. Três outros membros do grupo foram acusados pelos "assassinatos" e outros 29 militantes islamitas serão julgados por participação, já que estavam armados, segundo a promotoria, nos confrontos.

No dia 30 de junho, milhões de manifestantes exigiram nas ruas a renúncia de Mohamed Mursi, o primeiro presidente eleito democraticamente no Egito. O exército se apoiou nesta mobilização para justificar o golpe de Estado contra Mursi.


"Não há nenhuma prova nestes casos", declarou à AFP Mohamed Damati, um dos advogados de defesa, que denunciou um "julgamento político".

Ao mesmo tempo, parentes exibiam fotografias das pessoas mortas.

"Quero ver Badie e Shater enforcados. Lutarei pelos direitos de meu filho", disse à AFP Setohy Abdel Rahman, que perdeu o filho de 15 anos.

Apesar de ser considerado simbólico, o julgamento de Badie e seus adjuntos poderia ser ofuscado pelo de Mursi. O ex-presidente comparecerá a partir de 4 de novembro a um tribunal do distrito do Cairo, ao lado de outras 14 pessoas, acusado de "incitação ao assassinato" de manifestantes em 5 de dezembro de 2012, quando estava no poder.

Seus partidários afirmam que Mursi, destituído e preso pelo exército em 3 de julho, não reconhece a autoridade do tribunal.

"Nenhum advogado, egípcio ou estrangeiro, defenderá o presidente Mohamed Mursi, porque o presidente não reconhece este julgamento nem outra ação ou processo proveniente do golpe de Estado", anunciou em um comunicado a Aliança pela Democracia e contra o golpe de Estado, uma coalizão de partidários de Mursi.

O exército, que nomeou um governo e um presidente interino após a queda de Mursi, mantém o ex-presidente detido em um local secreto.

A Irmandade, que já não mobiliza multidões como nas manifestações pouco depois da queda de Mursi, convocou protestos para o dia do julgamento. O governo anunciou que colocará as tropas nas ruas e analistas temem novos atos de violência.

Mais de mil partidários de Mursi foram mortos pela polícia e o exército desde a violenta dispersão de seus simpatizantes, em 14 de agosto. Além disso, mais de 2.000 integrantes da Irmandade Muçulmana foram detidos.

*Atualizada às 12h47

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