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Jovens palestinas aderem à luta na Cisjordânia

"Somos a metade da sociedade, também temos direito de defender o nosso país", afirmou uma estudante em meio a escaramuças com militares

Garota palestina veste bandeira em confronto na Cisjordânia: ausentes nos primeiros dias de violência, cada vez mais mulheres aderem à "luta" contra a ocupação israelense nas cidades cisjordanianas (Reuters / Mohamad Torokman)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2015 às 16h57.

"A pátria não pertence apenas aos homens!". Com os rostos cobertos pelo tradicional lenço quadriculado, as palestinas decidiram entrar na batalha, disparando gritos e pedras contra soldados israelenses na Cisjordânia ocupada.

"Somos a metade da sociedade, também temos direito de defender o nosso país", afirmou uma estudante em meio a escaramuças com militares em um posto de controle na saída de Ramallah.

Ela tem o rosto coberto com o keffieh quadriculado preto e branco, que só deixa à mostra seus olhos pintados.

Ao lado de seus companheiros, esta palestina de 18 anos, vestindo blusa de musselina cor-de-rosa, segura nas mãos com as unhas pintadas pedras apanhadas na rua.

"Temos 18 anos, somos maiores de idade, não temos mais medo", diz, cheia de valentia. Mas prefere não dizer seu nome, nem quer ser fotografada.

"Se meus pais soubessem que estou aqui...", diz outra, com os cabelos aparentes debaixo do keffieh que esconde o rosto, enquanto passa a mão pelo pescoço, imitando o gesto de degola.

Embora sua família o desaprove, para ela é "uma questão de consciência: se todo mundo tem medo, ninguém se sacrificará pela pátria".

Uma pátria onde "ninguém está seguro: os colonos estão em todas as partes e nos atacam", explica outra manifestante.

Ausentes nos primeiros dias de violência, cada vez mais mulheres aderem à "luta" contra a ocupação israelense nas cidades cisjordanianas.

"A decisão pertence ao povo"

As jovens dizem querer acabar com o perseguição dos colonos, os controles e a ocupação. Por isso, "a Intifada deve continuar porque faz tempo que deixamos de ouvir o presidente" palestino, Mahmud Abbas, explicou uma estudante do primeiro ano de Literatura.

"Tinha nos prometido uma bomba em seu último discurso e não vimos nada", acrescentou a jovem, também de rosto coberto.

Em uma tentativa de evitar a espiral de violência, Abbas pediu calma. Há meses se vangloria de ter obtido para seu povo o status de Estado observador na ONU e o hasteamento da bandeira na sede da ONU, mas isto não basta.

"A decisão pertence ao povo, eu não acredito nas negociações", disse, mais distante, uma estudante de contabilidade de 18 anos. Décadas de diálogo não levaram ao nascimento de um Estado palestino independente.

De repente, cai uma granada ensurdecedora disparada por soldados israelenses, obrigando a estudante e suas amigas a fugirem.

Funerais, reuniões, ataque

Retrocedem, mas um pouco mais ao longe, outras entram em ação com coquetéis molotov e pedras. Vão ba primeira linha com os meninos para atirá-los nos soldados.

Nos funerais dos palestinos mortos com disparos de soldados israelenses, as meninas também estão presentes.

Com um keffieh nos ombros e túnicas tradicionais ou calças ao estilo ocidental, gritam: "Para Jerusalém avançamos rapidamente milhões de mártires!" ou "Unidade Nacional: Fatah, Hamas, Frente Popular!", nomes dos vários movimentos palestinos.

Também participam das reuniões de sindicatos estudantis e manifestações.

Na universidade de Bir Zeit, perto de Ramallah, são mais que numerosas que os homens, embora sejam eles que gritam com microfones nas mãos e ocupam o primeiro plano.

Outras vão além. Uma delas se debate entre a vida e a morte após levar tiros de um judeu a quem ela tentou esfaquear na parte antiga de Jerusalém.

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"A pátria não pertence apenas aos homens!". Com os rostos cobertos pelo tradicional lenço quadriculado, as palestinas decidiram entrar na batalha, disparando gritos e pedras contra soldados israelenses na Cisjordânia ocupada.

"Somos a metade da sociedade, também temos direito de defender o nosso país", afirmou uma estudante em meio a escaramuças com militares em um posto de controle na saída de Ramallah.

Ela tem o rosto coberto com o keffieh quadriculado preto e branco, que só deixa à mostra seus olhos pintados.

Ao lado de seus companheiros, esta palestina de 18 anos, vestindo blusa de musselina cor-de-rosa, segura nas mãos com as unhas pintadas pedras apanhadas na rua.

"Temos 18 anos, somos maiores de idade, não temos mais medo", diz, cheia de valentia. Mas prefere não dizer seu nome, nem quer ser fotografada.

"Se meus pais soubessem que estou aqui...", diz outra, com os cabelos aparentes debaixo do keffieh que esconde o rosto, enquanto passa a mão pelo pescoço, imitando o gesto de degola.

Embora sua família o desaprove, para ela é "uma questão de consciência: se todo mundo tem medo, ninguém se sacrificará pela pátria".

Uma pátria onde "ninguém está seguro: os colonos estão em todas as partes e nos atacam", explica outra manifestante.

Ausentes nos primeiros dias de violência, cada vez mais mulheres aderem à "luta" contra a ocupação israelense nas cidades cisjordanianas.

"A decisão pertence ao povo"

As jovens dizem querer acabar com o perseguição dos colonos, os controles e a ocupação. Por isso, "a Intifada deve continuar porque faz tempo que deixamos de ouvir o presidente" palestino, Mahmud Abbas, explicou uma estudante do primeiro ano de Literatura.

"Tinha nos prometido uma bomba em seu último discurso e não vimos nada", acrescentou a jovem, também de rosto coberto.

Em uma tentativa de evitar a espiral de violência, Abbas pediu calma. Há meses se vangloria de ter obtido para seu povo o status de Estado observador na ONU e o hasteamento da bandeira na sede da ONU, mas isto não basta.

"A decisão pertence ao povo, eu não acredito nas negociações", disse, mais distante, uma estudante de contabilidade de 18 anos. Décadas de diálogo não levaram ao nascimento de um Estado palestino independente.

De repente, cai uma granada ensurdecedora disparada por soldados israelenses, obrigando a estudante e suas amigas a fugirem.

Funerais, reuniões, ataque

Retrocedem, mas um pouco mais ao longe, outras entram em ação com coquetéis molotov e pedras. Vão ba primeira linha com os meninos para atirá-los nos soldados.

Nos funerais dos palestinos mortos com disparos de soldados israelenses, as meninas também estão presentes.

Com um keffieh nos ombros e túnicas tradicionais ou calças ao estilo ocidental, gritam: "Para Jerusalém avançamos rapidamente milhões de mártires!" ou "Unidade Nacional: Fatah, Hamas, Frente Popular!", nomes dos vários movimentos palestinos.

Também participam das reuniões de sindicatos estudantis e manifestações.

Na universidade de Bir Zeit, perto de Ramallah, são mais que numerosas que os homens, embora sejam eles que gritam com microfones nas mãos e ocupam o primeiro plano.

Outras vão além. Uma delas se debate entre a vida e a morte após levar tiros de um judeu a quem ela tentou esfaquear na parte antiga de Jerusalém.

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