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Jornalista turca é presa acusada de 'insultar' presidente Erdogan

A lei por insultos ao presidente prevê sentença de prisão de entre um e quatro anos

Turquia: O insulto foi na forma de um provérbio relacionado ao palácio que Kabas expressou tanto em um canal de televisão de oposição (Mustafa Kamaci/Presidential Press Office/Reuters)

Turquia: O insulto foi na forma de um provérbio relacionado ao palácio que Kabas expressou tanto em um canal de televisão de oposição (Mustafa Kamaci/Presidential Press Office/Reuters)

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Reuters

Publicado em 23 de janeiro de 2022 às 16h34.

Um tribunal turco ordenou neste sábado a detenção da conhecida jornalista Sedef Kabas sob a acusação de ter insultado o presidente Tayyip Erdogan, afirmou a CNN da Turquia, usando uma lei sob a qual dezenas de milhares de pessoas já foram processadas.

A polícia deteve Kabas aproximadamente às 2h (horário local) e a levou em um primeiro momento à principal estação policial de Istambul antes de transferi-la para o principal tribunal da cidade, onde uma corte decidiu a favor de sua prisão, disse a emissora. Ela ficará à espera de julgamento.

O insulto foi na forma de um provérbio relacionado ao palácio que Kabas expressou tanto em um canal de televisão de oposição quanto em sua conta no Twitter, atraindo condenações de autoridades do governo.

“A honra do gabinete da presidência é a honra do nosso país… Eu condeno os insultos vulgares feitos contra nosso presidente e seu gabinete”, escreveu Fahrettin Altun, chefe do Diretório de Comunicações da Turquia, no Twitter.

A lei por insultos ao presidente prevê sentença de prisão de entre um e quatro anos.

Merdan Yanardag, editor-chefe da emissora de televisão Tele 1, na qual Kabas fez o comentário, criticou sua prisão.

"Sua detenção às 2 da manhã por causa de um provérbio é inaceitável", escreveu ele no Twitter. "Essa postura é uma tentativa de intimidar os jornalistas, a mídia e a sociedade."

Milhares foram acusados e sentenciados pelo crime de insultar Erdogan nos sete anos desde que ele passou de primeiro-ministro a presidente.

Em 2020, foram abertos 31.297 inquéritos em relação à acusação, 7.790 processos foram abertos e 3.325 resultaram em condenações, segundo dados do Ministério da Justiça. Esses números foram ligeiramente inferiores aos do ano anterior.

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