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Jornal publica lista de homossexuais em Uganda

"Descobertos!" é a manchete do jornal sensacionalista Red Pepper, que publica a foto dos supostos gays e suas ações homossexuais

Yoweri Museveni: p presidente de Uganda promulgou na segunda-feira uma lei que transforma a homossexualidade em um crime que pode ser punido com prisão perpétua (Isaac Kasamani/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 25 de fevereiro de 2014 às 11h53.

Campala - Um jornal publicou nesta terça-feira o nome de 200 pessoas acusadas de serem homossexuais em Uganda, um dia depois que o presidente chamou os gays de "mercenários" e assinou uma rígida lei contra a homossexualidade.

"Descobertos!" é a manchete do jornal sensacionalista Red Pepper, que publica a foto dos supostos gays e suas ações homossexuais.

O presidente de Uganda, Yoweri Museveni, promulgou na segunda-feira uma lei que transforma a homossexualidade em um crime que pode ser punido com prisão perpétua, ignorando completamente as críticas e pressões ocidentais.

O Parlamento ugandense já havia aprovado em 20 de dezembro de 2013 por ampla maioria uma lei que aumenta consideravelmente a repressão contra os homossexuais e que prevê a prisão perpétua para reincidentes, considerados culpados de "homossexualidade agravada".

Segundos os termos da lei, passa a ser proibido qualquer "promoção" da homossexualidade e obrigatório a denúncia de qualquer pessoa que se identifique como homossexual.

Os defensores dos direitos humanos e os governos ocidentais, em especial os Estados Unidos, criticaram duramente a lei, apesar de os trechos mais polêmicos da lei, que previam a pena de morte em caso de reincidência, relações com menores ou para as pessoas com Aids, finalmente serem abandonados.

O presidente americano Barack Obama chamou de "passo atrás" a lei, cuja aprovação "complicaria" a relação entre Uganda e Washington.

Apesar das advertências, o presidente ugandês assegurou que não se deixará impressionar.

"Os estrangeiros não podem nos dar ordens. Impor valores sociais de um grupo a nossa sociedade é um imperialismo social", insistiu Museveni, cujo governo já vem sofrendo críticas por sua corrupção endêmica.

Ele acusou uma parte dos homossexuais de ter feito essa opção sexual "por razões mercenárias", enquanto os outros se tornaram assim por uma "mistura inata - de elementos genéticos - e adquiridos".

Os homossexuais são alvos frequentes de perseguições e agressões, e mesmo assassinato em Uganda, país homofóbico e amplamente influenciado pela Igrejas evangélicas.

Em 2011, David Kato, símbolo da luta pelos direitos dos homossexuais em Uganda, foi morto em sua casa, três meses após seu nome ser divulgado em uma revista junto a outros sob o título "Prendam-nos".

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Campala - Um jornal publicou nesta terça-feira o nome de 200 pessoas acusadas de serem homossexuais em Uganda, um dia depois que o presidente chamou os gays de "mercenários" e assinou uma rígida lei contra a homossexualidade.

"Descobertos!" é a manchete do jornal sensacionalista Red Pepper, que publica a foto dos supostos gays e suas ações homossexuais.

O presidente de Uganda, Yoweri Museveni, promulgou na segunda-feira uma lei que transforma a homossexualidade em um crime que pode ser punido com prisão perpétua, ignorando completamente as críticas e pressões ocidentais.

O Parlamento ugandense já havia aprovado em 20 de dezembro de 2013 por ampla maioria uma lei que aumenta consideravelmente a repressão contra os homossexuais e que prevê a prisão perpétua para reincidentes, considerados culpados de "homossexualidade agravada".

Segundos os termos da lei, passa a ser proibido qualquer "promoção" da homossexualidade e obrigatório a denúncia de qualquer pessoa que se identifique como homossexual.

Os defensores dos direitos humanos e os governos ocidentais, em especial os Estados Unidos, criticaram duramente a lei, apesar de os trechos mais polêmicos da lei, que previam a pena de morte em caso de reincidência, relações com menores ou para as pessoas com Aids, finalmente serem abandonados.

O presidente americano Barack Obama chamou de "passo atrás" a lei, cuja aprovação "complicaria" a relação entre Uganda e Washington.

Apesar das advertências, o presidente ugandês assegurou que não se deixará impressionar.

"Os estrangeiros não podem nos dar ordens. Impor valores sociais de um grupo a nossa sociedade é um imperialismo social", insistiu Museveni, cujo governo já vem sofrendo críticas por sua corrupção endêmica.

Ele acusou uma parte dos homossexuais de ter feito essa opção sexual "por razões mercenárias", enquanto os outros se tornaram assim por uma "mistura inata - de elementos genéticos - e adquiridos".

Os homossexuais são alvos frequentes de perseguições e agressões, e mesmo assassinato em Uganda, país homofóbico e amplamente influenciado pela Igrejas evangélicas.

Em 2011, David Kato, símbolo da luta pelos direitos dos homossexuais em Uganda, foi morto em sua casa, três meses após seu nome ser divulgado em uma revista junto a outros sob o título "Prendam-nos".

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