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Jihad e Hamas retomam trégua com Israel

Os dois principais grupos armados de Gaza e o governo de Israel restabeleceram uma trégua vigente desde 2012, graças à mediação do Egito

Membro das forças de segurança do Hamas, na Faixa de Gaza: "Uma trégua mediada pelo Egito entrou em vigor às 14h00 locais", declarou o porta-voz da Jihad Islâmica, Daud Shihab (AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 13 de março de 2014 às 15h32.

Os dois principais grupos armados de Gaza (Hamas e Jihad Islâmica) e o governo de Israel restabeleceram uma trégua vigente desde 2012, graças à mediação do Egito , e no dia seguinte ao disparo de foguetes palestinos e a ataques da aviação israelense.

Embora não tenha ocorrido uma confirmação imediata de Israel, o exército informou que não havia sinais de disparos de foguetes desde o meio da manhã.

O céu sobre a Faixa de Gaza, governada pelo Hamas, foi preenchido apenas por nuvens escuras e chuva.

Por 24 horas, Israel realizou ataques aéreos contra Gaza depois que militantes dispararam foguetes ao longo da fronteira, no que foi o pior embate desde um conflito de oito dias entre Israel e os militantes do Hamas em novembro de 2012.

Embora a violência não tenha provocado vítimas em nenhum dos lados, foi denunciada tanto pelo presidente palestino, Mahmud Abbas, quanto pelo primeiro-ministro britânico, David Cameron, durante uma coletiva de imprensa em Belém.

E, nos bastidores, o Egito trabalhava para garantir a renovação de um acordo de trégua que reduza as hostilidades, informaram autoridades de Gaza à AFP.

"Uma trégua mediada pelo Egito entrou em vigor às 14h00 locais (09h00 de Brasília)", declarou o porta-voz da Jihad Islâmica, Daud Shihab, à AFP.

Mais cedo, Khaled al-Batsh, um líder da Jihad Islâmica, informou que as autoridades egípcias contactaram o Hamas para "restaurar a trégua" com Israel, em vigor desde novembro de 2012.

"Os egípcios estão em contato com o movimento para restaurar a trégua e deter a escalada sionista e os ataques contra Gaza", disse à AFP.

Mas um funcionário da Defesa israelense disse que não estar ciente de qualquer acordo de cessar-fogo.


"Eles entendem que, se o ataque continuar, a reação israelense será muito dura, e a última coisa que a Jihad Islâmica e o Hamas querem agora é uma escalada e deterioração", declarou à AFP.

Apesar da violência "olho por olho", especialistas afirmaram que Israel não estava interessado em um grande confronto em Gaza.

Os episódios de violência começaram na terça-feira, quando militantes da Jihad Islâmica dispararam um morteiro contra tropas israelenses que supostamente tentavam entrar no sul de Gaza, provocando um ataque aéreo como retaliação que matou três deles.

Na quarta-feira, o braço armado da Jihad Islâmica, as Brigadas al-Quds, começaram a disparar uma saraivada de foguetes contra o sul de Israel, que continuou até a noite, chegando a 130, segundo o grupo.

Israel respondeu atingindo 29 alvos em toda Gaza durante a noite, incluindo bases utilizadas pela Jihad Islâmica e pelo Hamas. Outros sete ataques aéreos contra o sul prosseguiram durante a manhã.

O Exército disse que 65 dos foguetes lançados de Gaza atingiram Israel, cinco dos quais caíram em áreas povoadas. Outros três foram interceptados pelo sistema de defesa aérea Iron Dome.

Durante a manhã, dois caíram entre as cidades portuárias de Ashdod e Ashkelon.

O ministro da Defesa israelense, Moshe Yaalon, culpou tanto a Jihad Islâmica quanto o Hamas pelos ataques.

"O Hamas é responsável pela Faixa e, se não sabe como impedir os disparos contra Israel a partir de seu território, então agiremos contra ele", disse Yaalon.

Abbas condena ataques com foguetes

Abbas, depois de ser criticado inicialmente por culpar apenas Israel pela escalada, declarou nesta quinta-feira que "condenamos toda a escalada militar, incluindo foguetes".

Em declarações na noite de quarta-feira, ele exigiu que Israel colocasse "fim a sua escalada militar na sitiada Faixa de Gaza", declarou seu porta-voz, provocando uma forte reação do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

"Como é possível que ele não condene o disparo de foguetes contra civis inocentes?", se perguntou Netanyahu.

"Mas ele condenou Israel por responder e atirar em três terroristas que dispararam um morteiro contra nós", disse, referindo-se ao incidente de terça-feira na fronteira.

Enquanto os dois lados acompanham a situação na fronteira, especialistas afirmam que o desenrolar dos fatos dependerá do Hamas.

"Israel não tem a intenção de entrar em uma grande operação agora", declarou Yaakov Amidror, que serviu como conselheiro de segurança nacional até novembro.

"Mas se houver uma resposta contínua do outro lado, o IDF terá de reconsiderar", disse à rádio do Exército.

"Isso depende de decisões do outro lado. No momento o Hamas não está se envolvendo, e isso é bom".

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Embora não tenha ocorrido uma confirmação imediata de Israel, o exército informou que não havia sinais de disparos de foguetes desde o meio da manhã.

O céu sobre a Faixa de Gaza, governada pelo Hamas, foi preenchido apenas por nuvens escuras e chuva.

Por 24 horas, Israel realizou ataques aéreos contra Gaza depois que militantes dispararam foguetes ao longo da fronteira, no que foi o pior embate desde um conflito de oito dias entre Israel e os militantes do Hamas em novembro de 2012.

Embora a violência não tenha provocado vítimas em nenhum dos lados, foi denunciada tanto pelo presidente palestino, Mahmud Abbas, quanto pelo primeiro-ministro britânico, David Cameron, durante uma coletiva de imprensa em Belém.

E, nos bastidores, o Egito trabalhava para garantir a renovação de um acordo de trégua que reduza as hostilidades, informaram autoridades de Gaza à AFP.

"Uma trégua mediada pelo Egito entrou em vigor às 14h00 locais (09h00 de Brasília)", declarou o porta-voz da Jihad Islâmica, Daud Shihab, à AFP.

Mais cedo, Khaled al-Batsh, um líder da Jihad Islâmica, informou que as autoridades egípcias contactaram o Hamas para "restaurar a trégua" com Israel, em vigor desde novembro de 2012.

"Os egípcios estão em contato com o movimento para restaurar a trégua e deter a escalada sionista e os ataques contra Gaza", disse à AFP.

Mas um funcionário da Defesa israelense disse que não estar ciente de qualquer acordo de cessar-fogo.


"Eles entendem que, se o ataque continuar, a reação israelense será muito dura, e a última coisa que a Jihad Islâmica e o Hamas querem agora é uma escalada e deterioração", declarou à AFP.

Apesar da violência "olho por olho", especialistas afirmaram que Israel não estava interessado em um grande confronto em Gaza.

Os episódios de violência começaram na terça-feira, quando militantes da Jihad Islâmica dispararam um morteiro contra tropas israelenses que supostamente tentavam entrar no sul de Gaza, provocando um ataque aéreo como retaliação que matou três deles.

Na quarta-feira, o braço armado da Jihad Islâmica, as Brigadas al-Quds, começaram a disparar uma saraivada de foguetes contra o sul de Israel, que continuou até a noite, chegando a 130, segundo o grupo.

Israel respondeu atingindo 29 alvos em toda Gaza durante a noite, incluindo bases utilizadas pela Jihad Islâmica e pelo Hamas. Outros sete ataques aéreos contra o sul prosseguiram durante a manhã.

O Exército disse que 65 dos foguetes lançados de Gaza atingiram Israel, cinco dos quais caíram em áreas povoadas. Outros três foram interceptados pelo sistema de defesa aérea Iron Dome.

Durante a manhã, dois caíram entre as cidades portuárias de Ashdod e Ashkelon.

O ministro da Defesa israelense, Moshe Yaalon, culpou tanto a Jihad Islâmica quanto o Hamas pelos ataques.

"O Hamas é responsável pela Faixa e, se não sabe como impedir os disparos contra Israel a partir de seu território, então agiremos contra ele", disse Yaalon.

Abbas condena ataques com foguetes

Abbas, depois de ser criticado inicialmente por culpar apenas Israel pela escalada, declarou nesta quinta-feira que "condenamos toda a escalada militar, incluindo foguetes".

Em declarações na noite de quarta-feira, ele exigiu que Israel colocasse "fim a sua escalada militar na sitiada Faixa de Gaza", declarou seu porta-voz, provocando uma forte reação do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

"Como é possível que ele não condene o disparo de foguetes contra civis inocentes?", se perguntou Netanyahu.

"Mas ele condenou Israel por responder e atirar em três terroristas que dispararam um morteiro contra nós", disse, referindo-se ao incidente de terça-feira na fronteira.

Enquanto os dois lados acompanham a situação na fronteira, especialistas afirmam que o desenrolar dos fatos dependerá do Hamas.

"Israel não tem a intenção de entrar em uma grande operação agora", declarou Yaakov Amidror, que serviu como conselheiro de segurança nacional até novembro.

"Mas se houver uma resposta contínua do outro lado, o IDF terá de reconsiderar", disse à rádio do Exército.

"Isso depende de decisões do outro lado. No momento o Hamas não está se envolvendo, e isso é bom".

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