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Japão se mobiliza para proteger 8 línguas em desaparecimento

Comitê vai criar arquivos digitais destes idiomas e dialetos, organizar reuniões de seus falantes e atividades escolares para promover seu uso


	Preservação cultural: comitê vai criar arquivos digitais destes idiomas e dialetos, organizar reuniões de seus falantes e atividades escolares para promover seu uso
 (Skyseeker/Flickr/Creative Commons)

Preservação cultural: comitê vai criar arquivos digitais destes idiomas e dialetos, organizar reuniões de seus falantes e atividades escolares para promover seu uso (Skyseeker/Flickr/Creative Commons)

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Da Redação

Publicado em 27 de agosto de 2015 às 09h01.

Tóquio - O governo do Japão criou nesta quinta-feira um comitê especial para proteger oito línguas em risco de desaparecimento indicadas pela Organização para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), todas elas faladas em territórios remotos do país.

O comitê, integrado na Agência de Cultura do Japão, iniciará medidas como a criação de arquivos digitais destes idiomas e dialetos, organização de reuniões de seus falantes e atividades escolares para promover seu uso, segundo confirmou à Agência Efe um porta-voz do Ministério da Educação.

O Japão empreendeu esta iniciativa por causa de um estudo apresentado em 2009 pela Unesco, e que inclui oito línguas de territórios japoneses entre as 2.500 de todo o mundo que estão em risco de desaparecimento, ou seja, que contavam com menos de 10.000 falantes.

Estes oito idiomas incluem o ainu, falado pela etnia do mesmo nome principalmente na ilha de Hokkaido (norte), e sete dialetos que compartilham raiz com o japonês e são falados em ilhas remotas ao sul de Tóquio ou do arquipélago de Okinawa.

Entre eles, o ainu se encontra em situação "crítica", enquanto os outros sete (o amami, o hachijo, o kuginami, o miyako, o okinawense, o yaeyama e o yonaguni) estão "em perigo" ou "em sério perigo de desaparecimento", segundo o estudo da Unesco.

Por enquanto, as autoridades japonesas desconhecem o número exato de falantes que restam de cada língua, devido à idade avançada de muitos deles e "à dificuldade de distinguir entre alguns dialetos de ilhas próximas", assinalou o porta-voz.

As principais ameaças para a sobrevivência destas línguas são o envelhecimento demográfico do Japão, mais acentuado em zonas rurais e remotas do país, e o processo de homogeneização linguística realizado após a Segunda Guerra Mundial, segundo a mesma fonte. 

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