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Japão reciclará material recolhido de Fukushima

O Executivo planeja armazenar estes resíduos recolhidos na região afetada pela radiação da central e utilizá-lo como material de construção


	Fukushima: mais de 90% do material acumulado desde a catástrofe poderá ser reutilizado se os elementos contaminados forem eliminados
 (REUTERS/Kyodo)

Fukushima: mais de 90% do material acumulado desde a catástrofe poderá ser reutilizado se os elementos contaminados forem eliminados (REUTERS/Kyodo)

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Da Redação

Publicado em 30 de março de 2016 às 10h25.

Tóquio - O governo do Japão anunciou nesta quarta-feira que reciclará o material da construção recolhido durante a descontaminação de Fukushima se os níveis de radiação forem suficientemente baixos.

O Executivo planeja armazenar estes resíduos recolhidos na região afetada pela radiação da central e utilizá-lo como material de construção em outros lugares fora desta prefeitura do nordeste do Japão em 30 anos, informou hoje a emissora pública "NHK".

Segundo o Ministério do Meio Ambiente japonês, os resíduos que apresentarem menos de 8 mil becqueréis por quilo poderão ser usados no futuro para pavimentar estradas, muros anti- tsunami e outras obras públicas.

Mais de 90% do material acumulado desde a catástrofe de 2011 poderá ser reutilizado se os elementos contaminados forem eliminados, segundo os cálculos das autoridades japonesas, que ainda não desenvolveram a tecnologia para separar os resíduos com altas cotas de radioatividade.

Atualmente as autoridades de Fukushima armazenam os resíduos radioativos em dois depósitos de 16 quilômetros quadrados próximos à central e que têm capacidade para abrigar até 30 milhões de toneladas.

Os resíduos permanecerão nestes armazéns durante os próximos 30 anos e depois serão transferidos a um depósito definitivo, cuja localização está ainda não definida, mas se não apresentarem altas cotas de radioatividade serão utilizados em obras públicas.

A crise de Fukushima foi o pior acidente nuclear da história após o de Chernobyl, em 1986.

A central, duramente atingida pelo terremoto e tsunami em 11 de março de 2011, está em processo de desmantelamento, uma tarefa que durará quatro décadas, e que incluem a questão da contenção dos vazamentos de água radioativa e da retirada e do armazenamento do combustível nuclear gasto.

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