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Japão: partido do primeiro-ministro sofre derrota eleitoral

O Liberal Democrata perdeu a posição de maior partido na assembleia metropolitana de Tóquio neste domingo para um novo grupo

Primeiro-ministro do Japão Shinzo Abe (Mariana Bazo/Reuters)

Primeiro-ministro do Japão Shinzo Abe (Mariana Bazo/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 2 de julho de 2017 às 13h04.

Última atualização em 2 de julho de 2017 às 13h06.

Tóquio - O primeiro-ministro da Japão, Shinzo Abe, sofreu uma derrota eleitoral importante. Seu partido, o Liberal Democrata, perdeu a posição de maior partido na assembleia metropolitana de Tóquio neste domingo para um novo grupo comandado por uma ex-apresentadora de TV que adaptou a retórica de alguns movimentos populistas globais.

A emissora pública NHK disse que o Primeiro Partido dos Residentes de Tóquio, de Yuriko Koike, e seus aliados, asseguraram mais de metade dos 127 lugares na Assembleia da capital japonesa.

Embora o voto de Tóquio não altere a imagem do poder nacional, ele suscita novas preocupações para Abe antes de uma eleição para a câmara baixa do parlamento, que deve ser realizada no final de 2018. Seu partido sofreu uma derrota eleitoral em 2009 pouco depois de perder uma eleição de Tóquio.

O governo do primeiro-ministro foi atingido por uma queda na popularidade, após uma sequência de gafes e escândalos recentes e, ao forçar o parlamento a discutir uma nova legislação anti-terrorista, algo que é visto com reservas por boa parte dos japoneses.

Abe negou repetidas acusações de políticos e burocratas rivais de ter usado influência inadequada para ajudar os amigos a ganhar negócios.

Shinzo Abe tornou-se primeiro-ministro pela segunda vez em 2012 e é um dos líderes a mais tempo no mandato entre as economias avançadas. No início deste ano, o seu partido mudou uma regra para permitir que ele concorresse a um novo mandato como líder, o que o manteria no poder até 2021.

O impacto da derrota de Tóquio pode se transformar em maior resistência dentro do partido a alguns dos planos políticos de Abe, principalmente seu objetivo de alterar a constituição. Em maio, o chefe de governo propôs reconhecer formalmente as Forças de Autodefesa do Japão na constituição, que permaneceu inalterada desde que o Japão renunciou à guerra no final da Segunda Guerra Mundial.

Abe disse que o Partido Liberal Democrata deve apresentar um projeto de revisão até o final deste ano, mas algumas figuras mais experientes do partido pediram cautela ao fazer mudanças constitucionais. As pesquisas mostram a opinião pública dividida no assunto, com muitos japoneses relutantes em alterar seu mandato pacifista.

Koike, líder do partido que venceu a eleição em Tóquio, é ex-ministra da Defesa e apresentadora de televisão que é vista por analistas como uma das prováveis concorrentes à liderança nacional após os Jogos Olímpicos de Tóquio de 2020.

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