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Japão deve ser capaz de proteger cidadãos em risco, diz Abe

Primeiro-ministro disse que o Japão está firmemente empenhado em cumprir a sua responsabilidade como membro da comunidade mundial na luta contra o terrorismo


	Shinzo Abe: "preservar a segurança dos cidadãos japoneses é responsabilidade do governo, e eu sou a pessoa que detém a maior responsabilidade"
 (Yuya Shino/Reuters)

Shinzo Abe: "preservar a segurança dos cidadãos japoneses é responsabilidade do governo, e eu sou a pessoa que detém a maior responsabilidade" (Yuya Shino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 2 de fevereiro de 2015 às 08h11.

Tóquio - O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, afirmou nesta segunda-feira que deseja discutir a possibilidade de militares do Japão resgatarem cidadãos japoneses no exterior, um dia depois que militantes do Estado Islâmico disseram ter decapitado um jornalista japonês.

Os militantes anunciaram no domingo que tinham decapitado Kenji Goto, um veterano correspondente de guerra, após o fracasso dos esforços internacionais para garantir a sua libertação por meio de troca com uma mulher presa. Uma semana antes eles já haviam matado outro refém japonês, Haruna Yukawa.

Abe reiterou sua condenação aos militantes e disse que o Japão está firmemente empenhado em cumprir a sua responsabilidade como membro da comunidade mundial na luta contra o terrorismo e precisa ser capaz de proteger seus cidadãos.

"Preservar a segurança dos cidadãos japoneses é responsabilidade do governo, e eu sou a pessoa que detém a maior responsabilidade", afirmou Abe a um comitê parlamentar, acrescentando que pretende discutir ações de emergência para resgate de japoneses em perigo.

Em uma demonstração de desafio aos militantes do Estado Islâmico, Abe prometeu no domingo aumentar a ajuda humanitária do Japão ao Oriente Médio.

O grupo extremista islâmico, que controla parte da Síria e do Iraque, divulgou um vídeo que supostamente mostra a decapitação de Goto, de 47 anos, capturado no final de outubro.

O vídeo foi divulgado uma semana depois da difusão de imagens que parecem ser do corpo decapitado de outro refém japonês, Yukawa, que os militantes capturaram em agosto, depois que ele foi para a Síria para lançar uma empresa na área da segurança.

As mortes deram força aos que defendem a autorização de missões militares japonesas de resgate internacional –em um país cujas Forças Armadas têm sua ação restringida–, como parte do esforço da Abe para uma posição mais vigorosa no campo da segurança.

Abe disse a um painel parlamentar que o Japão, cuja ação militar é limitada pela Constituição pacifista pós-Segunda Guerra Mundial, não pode tomar parte dos ataques aéreos liderados pelos Estados Unidos contra o Estado islâmico, nem iria prestar apoio logístico.

Constituição

O raio de ação das Forças Armadas para montar missões de resgate é limitado pela lei, mas o governo já planeja apresentar proposta de revisão constitucional ao Parlamento para aliviar as restrições.

No entanto, mesmo alguns defensores de mudanças para tornar os resgates possíveis dizem que os militares do Japão teriam dificuldades para adquirir a capacidade de realizar tais missões. Críticos da iniciativa afirmam que o envio de tropas no exterior só iria aumentar o risco.

Um documento informativo interno para altos funcionários do governo, visto pela Reuters na semana passada, assinalava que casos como a crise do Estado islâmico não atendem às condições necessárias para o envio de tropas do Japão em apoio a aliados em combate.

Não foi mencionada a questão sobre se as alterações legais previstas permitiriam missões de resgate, mas um funcionário da Defesa japonês disse que isso não estaria incluído.

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