Fukushima: um tsunami em 11 de março de 2011 devastou as instalações de usina (Tomohiro Ohsumi/AFP)
AFP
Publicado em 27 de dezembro de 2019 às 10h19.
O Japão decidiu nesta sexta-feira (27) adiar entre quatro e cinco anos algumas das delicadas tarefas que estão planejadas para serem executadas na usina nuclear de Fukushima Daiichi, o que demonstra as dificuldades em superar as consequências do acidente nuclear de março de 2011.
A retirada do combustível usado do tanque de armazenamento do reator número 1, inicialmente programada para 2023, não começará até 2027 ou 2028.
Enquanto isso, a do reator 2 será adiada para um período que vai de abril de 2024 a março de 2026. Cada uma dessas tarefas deve durar dois anos.
As autoridades e a companhia Tokyo Electric Power (Tepco), que administra o desmantelamento, se deram conta que as tarefas são muito mais complicadas do que o esperado.
"A retirada do combustível usado está em andamento no tanque do reator 3 e é uma sucessão de problemas", disse um porta-voz da Tepco à AFP esta semana.
"O procedimento industrial aplicado é muito complexo e é difícil fazer previsões. O mais importante é a segurança dos trabalhadores", insistiu o ministro da Indústria do Japão, Hiroshi Kajiyama, em entrevista coletiva nesta sexta-feira.
No momento, o governo e a Tepco estimam que o desmantelamento completo da usina levará cerca de 40 anos. No entanto, muitos especialistas consideram que, dado o estado do local, o calendário é difícil de prever.
O tsunami de 11 de março de 2011 devastou as instalações, causou a fusão dos núcleos de três dos seis reatores da usina nuclear e deixou os sistemas de refrigeração fora de serviço.