Janet Yellen: secretária do Tesouro dos Estados Unidos. (Alex Wong/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 6 de julho de 2023 às 00h03.
A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, inicia uma viagem de quatro dias à China a partir desta quinta-feira, 6. A chegada de Yellen ao país asiático vem em um momento de tensões entre EUA e China por questões comerciais, tecnológicas e ligadas ao status de Taiwan.
Yellen afirmou que espera que a visita seja para "restabelecer o contato" com as autoridades chinesas. "Há um novo grupo de líderes, precisamos nos conhecer", declarou ela durante uma entrevista ao canal MSNBC, na semana passada.
As tensões entre China e Estados Unidos aumentaram nos últimos anos. O presidente Joe Biden e seu antecessor, Donald Trump, chamaram Pequim de maior ameaça à liderança global americana. Mas o governo Biden tentou diminuir as divergências.
O governo dos Estados Unidos proibiu as exportações para a China de semicondutores de última geração e de outros produtos, o que agravou a crise. Yellen admitiu que os dois países têm divergências e que os Estados Unidos defenderão seus interesses de segurança nacional.
"Os Estados Unidos estão adotando medidas e continuarão adotando medidas com a intenção de proteger nossos interesses de segurança nacional. E vamos fazer isto mesmo que tenha algum custo econômico para nós", disse Yellen. A secretária acrescentou, no entanto, que a concorrência econômica beneficiará os dois países.
O secretário de Estado, Antony Blinken, viajou em junho a Pequim, na primeira visita do chefe da diplomacia dos Estados Unidos ao país em quase cinco anos.
Blinken se reuniu com o presidente chinês Xi Jinping, que citou "progressos" entre as duas potências e que os dois países alcançaram áreas de entendimento em vários pontos que não foram divulgados.
O secretário de Estado americano foi recebido também pelo ministro chinês das Relações Exteriores, Qin Gang, que na hierarquia do governo chinês está abaixo de Wang Yi, chefe da diplomacia chinesa.
O encontro durou sete horas e meia, mais do que o tempo inicialmente previsto, e as duas partes concordaram em manter as linhas de comunicação abertas para evitar futuros conflitos.
Nos últimos meses, os contatos entre Washington e as autoridades taiwanesas, procedentes de um partido independentista, irritaram Pequim, que respondeu com exercícios militares de grande envergadura ao redor da ilha de governo democrático.
O governo comunista chinês considera Taiwan uma ilha rebelde, que não conseguiu reunificar com o restante de seu território desde o fim da guerra civil chinesa em 1949. "A manutenção da unidade nacional permanece no núcleo dos interesses fundamentais da China e, nesta questão, a China não tem margem para transigir ou ceder", enfatizou Wang.
(Com AFP e Estadão Conteúdo)