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Itália enfrenta dificuldades para formar nova coalizão governista

Partido Democrático da Itália aumentou as condições para governar com 5-Estrelas, o que aumenta a possibilidade de uma eleição antecipada

Itália: o primeiro-ministro, Giuseppe Conte, deixou o cargo após a monção de censura da Liga (Remo Casilli/Reuters)

Itália: o primeiro-ministro, Giuseppe Conte, deixou o cargo após a monção de censura da Liga (Remo Casilli/Reuters)

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Reuters

Publicado em 22 de agosto de 2019 às 14h57.

Última atualização em 22 de agosto de 2019 às 15h09.

Roma — O Partido Democrático (PD) da Itália, de centro-esquerda, estabeleceu novas condições duras para formar uma coalizão com o anti-establishment Movimento 5-Estrelas nesta quinta-feira, dificultando um acordo entre os dois rivais tradicionais e aumentando a chance de eleições antecipadas.

A terceira maior economia da zona do euro vive um caos político desde que seu governo, abalado por meses de conflitos internos, desmoronou nesta semana, forçando o primeiro-ministro, Giuseppe Conte, a renunciar no momento em que a Itália iria começar a preparar o orçamento de 2020.

O colapso foi desencadeado pelo partido Liga de extrema-direita, cujo líder, Matteo Salvini, declarou o fim da coalizão governista uma quinzena atrás dizendo que não consegue mais trabalhar com o 5-Estrelas, seu parceiro na aliança.

Salvini, que também é ministro do Interior, pediu eleições antecipadas para capitalizar sua popularidade crescente nas pesquisas e voltar como premiê, com autoridade para iniciar uma grande ofensiva de gastos no ano que vem e desafiar as regras fiscais da União Europeia.

Mas sua manobra pode sair pela culatra porque o chefe de Estado, o presidente Sergio Mattarella, só dissolverá o Parlamento se nenhuma outra coalizão puder ser montada — e agora o 5-Estrelas e o PD estão cogitando uma parceria para tirar Salvini de cena.

Mattarella estava consultando os principais partidos no Parlamento nesta quinta-feira e lhes dizendo que quer um acordo nos próximos dias se estes pretendem evitar eleições antecipadas, disse uma fonte a par do assunto à Reuters.

Falando a repórteres após seu encontro com o presidente, o líder de 5-estrelas, Luigi Di Maio, não fez referência ao PD, mas deixou claro que seu partido está trabalhando para evitar eleições.

"Nas últimas horas todos os contatos necessários foram lançados para encontrar uma maioria (parlamentar) sólida", disse ele, acrescentando que entregou a Mattarella uma lista de 10 reformas que precisam ser concluídas antes que o Parlamento seja dissolvido.

Mattarella iria fazer um pronunciamento às 15h (horário de Brasília) sobre as conversações com os principais partidos em relação à atual crise política.

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