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Israelenses demais estão desistindo da paz, lamenta Obama

Presidente dos EUA fez um apelo para que israelenses reflitam sobre o assunto, dizendo que a relação atual com os palestinos é insustentável


	O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, na cúpula do Conselho de Segurança da ONU
 (AFP)

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, na cúpula do Conselho de Segurança da ONU (AFP)

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Da Redação

Publicado em 24 de setembro de 2014 às 21h23.

Nações Unidas/Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, lamentou nesta quarta-feira que "israelenses demais" estejam prontos para abandonar os esforços de paz no Oriente Médio, e fez um apelo para que reflitam sobre o assunto, dizendo que a relação atual com os palestinos é insustentável.

Como parte de um discurso mais amplo na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Obama pareceu repreender gentilmente Israel, aliado próximo dos EUA, para que não desista da paz uma semana antes de receber o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, na Casa Branca.

Embora Obama tenha usado seu discurso primordialmente para angariar apoio na luta contra os militantes do Estado Islâmico na Síria e no Iraque, ele ainda renovou seu comprometimento com a busca de uma solução de dois Estados para Israel e os palestinos, apesar do que chamou de cenário “desanimador” – as negociações mediadas pelos norte-americanos desmoronaram em abril.

“A violência que engolfa a região hoje deixou israelenses demais dispostos a abandonar o duro trabalho da paz”, disse Obama. Depois, afastando-se dos comentários preparados e disponibilizados aos repórteres de antemão, acrescentou: “E isso é algo digno de reflexão em Israel".

“Porque vamos ser claros: o status quo na Cisjordânia e em Gaza é insustentável. Não podemos virar as costas a este esforço – não quando foguetes são disparados contra israelenses inocentes, ou as vidas de tantas crianças palestinas são tiradas de nós em Gaza", afirmou Obama.

Sua fala ocorre após uma guerra de 50 dias em Gaza entre Israel e o grupo militante palestino Hamas, encerrada no final de agosto com um cessar-fogo mediado pelo Egito e sem vencedor claro.

Pouco depois, Israel anunciou uma apropriação de terras na Cisjordânia já ocupada que um grupo anti-assentamento afirmou ter sido a maior em 30 anos, desencadeando o repúdio dos palestinos e críticas dos Estados Unidos.

Desde a guerra, Netanyahu reafirmou sua exigência fundamental de que o presidente palestino, Mahmoud Abbas, apoiado pelo Ocidente, recue no acordo de união que firmou em abril com os islâmicos do Hamas, e que levou Israel a se retirar das tratativas sobre a paz e um Estado palestino.

Relação Conturbada

O líder conservador israelense, que tem uma relação conturbada com Obama, também ressaltou o que vê como os perigos crescentes que Israel enfrenta diante dos militantes islâmicos na vizinha Síria e em outras partes do Oriente Médio. Netanyahu visita a Casa Branca em 1º de outubro, depois de seu próprio discurso na ONU.

“Será necessário liderança para lidar com o conflito entre palestinos e israelenses”, declarou Obama. “Enquanto eu for presidente, sustentaremos o princípio de que palestinos, israelenses, a região e o mundo serão mais justos e seguros com dois Estados vivendo lado a lado, em paz e segurança”.

Ele ainda disse que a violência no Oriente Médio deveria curar todos da ilusão de que o conflito árabe-israelense é a principal fonte dos problemas da região, classificando tais afirmações como “uma desculpa para distrair as pessoas dos problemas em casa”.

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