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Israel vive protestos após morte de palestino queimado vivo

Médicos legistas examinaram corpo de jovem palestino sequestrado e morto e concluíram que ele ainda estava vivo quando foi queimado

Jovem palestino entra em confronto com a polícia em Jerusalém: protesto por conta de jovem morto (REUTERS/Baz Ratner)

Jovem palestino entra em confronto com a polícia em Jerusalém: protesto por conta de jovem morto (REUTERS/Baz Ratner)

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Da Redação

Publicado em 5 de julho de 2014 às 20h51.

São Paulo - Uma onda de distúrbios abalou neste sábado as localidades árabes de Israel, após a morte de um adolescente palestino "queimado vivo", aparentemente em represália pelo assassinato de três jovens israelenses.

Pela primeira vez, confrontos entre manifestantes e policiais foram registrados nas localidades árabes do centro e do nordeste de Israel, especialmente em Taibe, Tira e Qalansuwa, segundo testemunhas.

Os manifestantes, que protestam pela morte do jovem palestino, lançaram pedras contra os policiais, que reagiram com bombas de gás lacrimogêneo.

A polícia deteve 35 árabes israelenses e um agente policial ficou ferido, informaram as autoridades.

Também ocorreram confrontos em Nazaret, principal cidade árabe de Israel, Arara e na região de Umm el Fahm, segundo a polícia.

Paralelamente, disparos de foguetes e morteiros da Faixa de Gaza atingiram o sul de Israel, antecipando um recrudescimento do conflito com o movimento islâmico Hamas, que controla este território palestino.

O Exército hebreu respondeu com uma série de ataques aéreos contra a Faixa de Gaza, ferindo dois palestinos.

"Queimado vivo"

O adolescente palestino Mohammed Abu Khder, 16 anos, foi sequestrado na quarta-feira em Shuafat, um bairro de Jerusalém Oriental.

Seu corpo queimado foi achado horas mais tarde em uma floresta a oeste de Jerusalém, em um ataque atribuído pelos palestinos aos israelenses extremistas como vingança pela morte de três adolescentes israelenses.

Os médicos legistas encontraram indícios de fumaça em seus pulmões, o que significa que ele estava vivo quando foi queimado, informou a agência Maan, citando o procurador-geral palestino Mohammed Aluweiwi.

Abu Khder também apresentava um ferimento na cabeça, mas que não causou sua morte, acrescentou Aluweiwi.

O ministro palestino encarregado de Jerusalém, Adnan al Husseini, afirmou que os autores dos assassinato são colonos israelenses.

Há anos, colonos israelenses de ultra-direita aplicam a chamada política do "preço a pagar", que consiste em atacar objetivos palestinos e árabes, como também as forças armadas de Israel ou israelenses de esquerda.

A polícia israelense disse neste sábado, por sua vez, que não pode confirmar ainda que o assassinato de Abu Khder tenha sido um ato de vingança pela morte dos três jovens israelenses, que ficaram desaparecidos por dias desaparecidos depois de também terem sido sequestrados.

Um porta-voz da polícia afirmou que todas as possibilidades estão sendo investigadas.

A polícia de Israel deteve na quinta-feira, em Shuafat, o jovem Tariq Abu Khdeir, 15, primo do palestino assassinado e de nacionalidade americana. O jovem será levado no domingo a um tribunal de Jerusalém.

Os Estados Unidos destacaram neste sábado sua "profunda preocupação" com as informações de que Tariq Abu Khdeir foi "severamente golpeado" por policiais.

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