Jerusalém - Israel reforçou a segurança ao longo da fronteira com a Síria depois que o exército do país vizinho retomou a estratégica passagem de Quneitra, informou nesta quinta-feira a imprensa local.

As tropas sírias tomaram novamente essa passagem que separa Israel e Síria, depois que a região ficou sob controle dos rebeldes que lutam contra o regime de Bashar al Assad nesta manhã.

Segundo o site "Ynet", dois sírios gravemente feridos atravessaram para o lado israelense da fronteira, nas Colinas de Golã, e foram transferidos para um hospital onde receberam tratamento médico.

Um dos feridos estava com uma granada, por isso a sala de traumatologia onde foi atendido teve que ser evacuada até a chegada da polícia israelense que conseguiu desativar o artefato explosivo, detalhou o site.

Além disso, a imprensa israelense informou que duas bombas impactaram do lado israelense da fronteira, mas que não causaram vítimas.

Enquanto isso, o exército israelense reforçou as medidas de segurança em torno da fronteira e enviou ambulâncias militares para os arredores da passagem de Quneitra.

As autoridades israelenses instruíram à população a permanecer afastada da zona limítrofe com a Síria enquanto persistir o combate intenso entre as partes em conflito.

O exército de Israel levou uma queixa à ONU sobre a presença de tropas sírias na zona desmilitarizada das Colinas de Golã, informou a rádio pública israelense.

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Quneitra é a única passagem entre Israel e Síria, países que tecnicamente ainda estão em guerra desde que o exército israelense tomou as Colinas de Golã em 1967.

A passagem de Quneitra não está aberta ao transito de pessoas e é somente utilizada em ocasiões especiais para casos humanitários como casamentos entre membros da comunidade drusa que vivem em ambos os lados da fronteira.

O Ministério da Defesa da Áustria, que tem 380 soldados a serviço da ONU nas Colinas de Golã, afirmou nesta quinta-feira que o exército sírio reconquistou Quneitra, que tinha sido tomada por rebeldes sírios.

Os rebeldes sírios anunciaram nas primeiras horas do dia que tinham o controle dessa cidade.

No entanto, o porta-voz do Comando Supremo do Exército Livre da Síria (ELS), Qasem Saadedin, reconheceu que os insurgentes ainda travavam intensos combates na região contra as forças do regime, que tentam recuperar essa cidade.

O Observatório Sírio de Direitos Humanos também divulgou que os opositores tinham tomado o controle da passagem.

A antiga capital da região síria de Golã passou para mãos israelenses em 1967 durante a chamada Guerra dos Seis Dias.

Posteriormente, foi recuperada pelos sírios na guerra do Yom Kippur (1973), mas os israelenses retomaram o controle da região pouco depois.

Um ano depois, Israel abandonou a cidade, mas a destruiu antes de sair, e a ONU desmilitarizou a área próxima das fronteiras "de facto" entre os dois países.