Israel prossegue com bombardeios no Líbano e em Gaza
Ataques matam dezenas em Gaza e atingem edifício em Beirute, agravando crise humanitária e tensões regionais
Agência de notícias
Publicado em 17 de novembro de 2024 às 13h17.
Bombardeios israelenses mataram dezenas de pessoas em Gaza neste domingo (17) e atingiram um edifício no centro de Beirute, no Líbano, causando a morte do porta-voz do grupo Hezbollah, Mohamad Afif.
Desde setembro, Israel atua em duas frentes: intensificando os ataques ao Hezbollah, apoiado pelo Irã, e mantendo a ofensiva contra o Hamas na Faixa de Gaza.
Mortes em Gaza
Os ataques em Gaza deixaram pelo menos 46 mortos. O bombardeio mais letal ocorreu em Beit Lahia, no norte do território, matando 26 pessoas, incluindo mulheres e crianças, e deixando 59 presas sob os escombros, segundo o porta-voz da Defesa Civil, Mahmud Bassal.
No centro de Gaza, 10 pessoas morreram em um ataque no campo de refugiados de Bureij, enquanto outros bombardeios causaram mortes em Rafah e Nuseirat.
O Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas, informou que mais de 43.800 pessoas morreram em 13 meses de guerra, a maioria civis, conforme dados considerados confiáveis pela ONU.
Ataques em Beirute e sul do Líbano
Em Beirute, Israel bombardeou o escritório do partido Baath no Líbano, matando Mohamad Afif, porta-voz do Hezbollah, segundo fontes de segurança libanesas. Imagens mostram nuvens de fumaça nos subúrbios ao sul da capital, uma área já alvo de ataques anteriores.
Ao sul, ataques aéreos atingiram Khiam e a região ao longo do rio Litani, enquanto o Hezbollah afirmou ter lançado um míssil que destruiu um tanque israelense em Chamaa.
Autoridades libanesas informam que mais de 3.500 pessoas morreram em ataques desde outubro de 2023, a maioria no último mês.
Crise humanitária em Gaza
A fome ameaça o norte de Gaza devido ao aumento das hostilidades e à interrupção da ajuda alimentar, segundo avaliação da ONU divulgada em 9 de novembro.
Israel rejeitou as conclusões de um relatório da Human Rights Watch, que aponta práticas de guerra "consistentes com genocídio", e descreveu a investigação da ONU como "tendenciosa".
O Papa Francisco também mencionou pela primeira vez acusações de genocídio em Gaza, pedindo uma investigação cuidadosa em seu novo livro, "A esperança nunca decepciona", que será lançado nesta terça-feira (19).