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Israel nega ter autorizado novas casas em assentamentos

Israel disse que se trata apenas de renovação do procedimento para a edificação de casas já autorizadas


	Assentamento judaico: ONGs acusaram premiê israelense de estar movido por interesses eleitoreiros
 (Menahem Kahana/AFP)

Assentamento judaico: ONGs acusaram premiê israelense de estar movido por interesses eleitoreiros (Menahem Kahana/AFP)

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Da Redação

Publicado em 30 de janeiro de 2015 às 14h28.

Jerusalém - Israel negou nesta sexta-feira que tenha autorizado a construção de novas casas em assentamentos da Cisjordânia, como informaram ONG locais, e disse que se trata apenas de renovação do procedimento para a edificação de casas já autorizadas.

Fontes do governo israelense disseram à Agência Efe que, "ao contrário das informações" divulgadas hoje, "não houve autorização alguma para novas construções" em assentamentos judaicos da Cisjordânia.

Segundo duas organizações locais que supervisionam a atividade colonizadora de Israel como "Terrestrial Jerusalem" e "Paz Agora", o Executivo teria aberto hoje um concurso público para a construção de 430 novas casas em assentamentos judaicos no território ocupado da Cisjordânia, medida que originou duras críticas por parte de dirigentes palestinos.

"Essas informações diziam respeito meramente a renovação automática do procedimento de autorização de construção de novas casas, anunciado há um ano durante as negociações com os palestinos e conhecidas por todas as partes. Não foi autorizada a construção de nova casa ", enfatizou o alto funcionário.

De acordo com as ONGs, o concurso abrange 112 casas na colônia de Geva Binyamin, 156 em Elkana, 87 em Alfei Menashe e 84 em Kiryat Arba.

A Paz Agora adiantou que as autoridades israelenses apresentaram um concurso para a construção de um hotel no assentamento de Ma"aleh Adumim, na Cisjordânia, e outros para escritórios e comércios nessa colônia judia e na de Immanuel.

O chefe do Departamento de Negociações da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Saeb Erekat, disse que a decisão "não surpreende no contexto da cultura de impunidade outorgada pela comunidade internacional a Israel".

Antes de pedir ao conjunto de nações que deixe de "tratar Israel como um Estado acima da justiça", Erekat disse que o anúncio é um novo exemplo que lembra que "os pedidos vazios ao reatamento das negociações não são substitutos da justiça e não salvarão a solução de dois Estados".

Por sua vez, a ministra da Cultura e Informação da OLP, Hanan Ashrawi, afirmou que "mais uma vez, as vidas, direitos e terras dos palestinos são vulnerados em nome das campanhas eleitorais israelenses", alusão à proximidade do anúncio do pleito previsto para março em Israel.

As ONGs, assim como os altos funcionários palestinos, relacionaram a divulgação do concurso público com a proximidade do pleito geral de março e acusaram o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanayahu, de estar movido por interesses eleitoreiros.

O porta-voz do primeiro-ministro israelense Mark Regev disse à Agência Efe "não estar familiarizado com essa informação".

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