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Israel mata 9 palestinos suspeitos de terrorismo

O Ministério de Saúde palestino ainda afirmou que as forças israelenses lançaram deliberadamente granadas de gás lacrimogêneo na ala pediátrica de um hospital, o que teria causado asfixia em algumas crianças

Conflito árabe-israelense: o Exército de Israel nega que o ataque tenha sido deliberado (Ali Jadallah/Anadolu Agency/AFP)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 26 de janeiro de 2023 às 14h57.

Última atualização em 26 de janeiro de 2023 às 15h21.

O Exército de Israel matou nove palestinos, incluindo dois civis — um deles uma mulher idosa —, em uma incursão ao campo de refugiados de Jenin, no norte da Cisjordânia ocupada, nesta quinta-feira, 26, afirmaram testemunhas e médicos. Outros 15 palestinos ficaram feridos, quatro deles em estado grave. Não houve baixas entre os militares israelenses.

O Ministério de Saúde palestino ainda afirmou que as forças israelenses lançaram deliberadamente granadas de gás lacrimogêneo na ala pediátrica de um hospital, o que teria causado asfixia em algumas crianças.

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O Exército de Israel nega que o ataque tenha sido deliberado. “A operação ocorreu relativamente perto de um hospital e é possível que o gás tenha entrado por uma janela aberta”, afirmou um porta-voz da organização à AFP.

Tel-Aviv diz que enviou suas forças especiais para Jenin para deter membros do grupo armado Jihad Islâmica suspeitos de terem planejado e levado a cabo uma série de ataques terroristas. Em nota, afirma que pelo menos um palestino foi detido durante a operação.

O Jihad Islâmica confirmou ter entrado em conflito com as tropas israelenses, que teriam adentrado a fundo no campo de refugiados — algo incomum dentro do local conhecido como reduto de militantes armados.

Outro grupo islâmico, o Hamas, declarou que seus homens também participaram dos enfrentamentos. Ambos os agrupamentos são considerados terroristas por Estados Unidos e União Europeia.

Trégua ameaçada

A quantidade de mortes decorrente do episódio — a maior em Jenin em anos — fez com que o Jihad Islâmica ameaçasse dar um fim à trégua negociada com Israel em agosto passado, após ataques na Faixa de Gaza deixarem mais de 40 palestinos mortos.

“Contatamos mediadores e afirmamos que o que está acontecendo em Jenin é uma guerra de Israel contra o povo palestino”, afirmou um porta-voz do Jihad Islâmica. “Se ela continuar, ela pode não se limitar só a Jenin.”

O Ministério de Saúde da Palestina afirmou que pelo menos 29 palestinos, entre soldados e civis, foram mortos por forças israelenses na Cisjordânia desde o início deste ano.

A pasta diz ter convocado uma reunião de emergência com Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Comitê Internacional da Cruz Vermelha.

Jenin tem sido palco de sucessivas incursões de Israel ao longo do último ano. A violência contínua tem adiado ainda mais a realização de negociações sobre a criação de um estado Palestino patrocinadas pelos EUA.

O impasse também tem aumentado o apoio dos palestinos ao Hamas e ao Jihad Islâmica, que recusam a mera coexistência com Israel. Enquanto isso, o novo governo de ultradireita do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu inclui membros opostos à criação de um Estado Palestino.

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