Exame Logo

Israel espionou negociações nucleares entre EUA e Irã

Israel se apressou a negar a informação do jornal americano, considerando-a "contrária à verdade"

O secretário de Estado americano, John Kerry (e), e o chanceler iraniano, Mohammad Zarif, negociam na Suíça (Brian Snyder/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 24 de março de 2015 às 10h38.

Washington - O governo israelense espionou as conversações entre Irã , Estados Unidos e outras cinco potências sobre o programa nuclear iraniano, informou o Wall Street Journal.

Israel se apressou a negar a informação do jornal americano, considerando-a "contrária à verdade".

Segundo o WSJ, que cita fontes do governo americano, Israel buscava elementos para prejudicar as negociações sobre o programa nuclear de Teerã entre o Irã e o grupo P5+1 (Estados Unidos, China, França, Reino Unido, Rússia e Alemanha).

Além de microfones ocultos, Israel obteve relatórios de reuniões americanas confidenciais, de informantes e contatos diplomáticos na Europa, segundo as fontes mencionadas pelo jornal.

Posteriormente, Israel compartilhava as informações com senadores e congressistas americanos em uma tentativa de minar o apoio a um acordo sobre o polêmico programa nuclear iraniano, que conta com a oposição de vários republicanos.

"Uma coisa é que Estados Unidos e Israel se espionem mutuamente. Mas outra coisa é Israel roubar segredos dos Estados Unidos e os compartilhar com congressistas americanos para sabotar a diplomacia americana", afirma o Wall Street Journal, que cita um alto funcionário de Washington.

Os serviços de inteligência americanos descobriram a operação depois de interceptar comunicações de autoridades israelenses. Nas conversas existiam referências a detalhes que só poderiam ter como origem reuniões confidenciais, segundo a mesma fonte.

Em Israel, o chanceler Avigdor Lieberman rebateu a acusação.

"Esta informação não é correta. Obviamente Israel tem que defender seus interesses em termos de segurança e temos nossos próprios serviços de inteligência. Mas nós não espionamos os Estados Unidos. Há participantes suficientes nestas negociações, incluindo os iranianos", disse.

"Recebemos nossas informações de outras fontes, não dos Estados Unidos. As instruções são claras há décadas: não espionamos os Estados Unidos, direta ou indiretamente", completou.

Em Washington, o Congresso enfrenta há vários meses o governo de Barack Obama. Os republicanos criticam as negociações entre as grandes potências e o Irã, que pretendem chegar a um acordo para que Teerã não produza armamento atômico.

Até mesmo alguns democratas, céticos, estão dispostos a atuar pela via legislativa para impedir qualquer acordo que não resulte no desmantelamento suficiente da infraestrutura nuclear iraniana.

As negociações serão retomadas na quarta-feira na Suíça e tem prazo até 31 de março para alcançar um acordo.

Teerã alega que seu programa nuclear tem propósitos apenas civis.

Veja também

Washington - O governo israelense espionou as conversações entre Irã , Estados Unidos e outras cinco potências sobre o programa nuclear iraniano, informou o Wall Street Journal.

Israel se apressou a negar a informação do jornal americano, considerando-a "contrária à verdade".

Segundo o WSJ, que cita fontes do governo americano, Israel buscava elementos para prejudicar as negociações sobre o programa nuclear de Teerã entre o Irã e o grupo P5+1 (Estados Unidos, China, França, Reino Unido, Rússia e Alemanha).

Além de microfones ocultos, Israel obteve relatórios de reuniões americanas confidenciais, de informantes e contatos diplomáticos na Europa, segundo as fontes mencionadas pelo jornal.

Posteriormente, Israel compartilhava as informações com senadores e congressistas americanos em uma tentativa de minar o apoio a um acordo sobre o polêmico programa nuclear iraniano, que conta com a oposição de vários republicanos.

"Uma coisa é que Estados Unidos e Israel se espionem mutuamente. Mas outra coisa é Israel roubar segredos dos Estados Unidos e os compartilhar com congressistas americanos para sabotar a diplomacia americana", afirma o Wall Street Journal, que cita um alto funcionário de Washington.

Os serviços de inteligência americanos descobriram a operação depois de interceptar comunicações de autoridades israelenses. Nas conversas existiam referências a detalhes que só poderiam ter como origem reuniões confidenciais, segundo a mesma fonte.

Em Israel, o chanceler Avigdor Lieberman rebateu a acusação.

"Esta informação não é correta. Obviamente Israel tem que defender seus interesses em termos de segurança e temos nossos próprios serviços de inteligência. Mas nós não espionamos os Estados Unidos. Há participantes suficientes nestas negociações, incluindo os iranianos", disse.

"Recebemos nossas informações de outras fontes, não dos Estados Unidos. As instruções são claras há décadas: não espionamos os Estados Unidos, direta ou indiretamente", completou.

Em Washington, o Congresso enfrenta há vários meses o governo de Barack Obama. Os republicanos criticam as negociações entre as grandes potências e o Irã, que pretendem chegar a um acordo para que Teerã não produza armamento atômico.

Até mesmo alguns democratas, céticos, estão dispostos a atuar pela via legislativa para impedir qualquer acordo que não resulte no desmantelamento suficiente da infraestrutura nuclear iraniana.

As negociações serão retomadas na quarta-feira na Suíça e tem prazo até 31 de março para alcançar um acordo.

Teerã alega que seu programa nuclear tem propósitos apenas civis.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaEspionagemEstados Unidos (EUA)Irã - PaísIsraelPaíses ricos

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame