Israel e Hamas concordam com cessar-fogo, dizem agências internacionais
Negociadores concordaram com um esboço provisório do acordo em Gaza; primeira fase prevê liberação de reféns
Redatora
Publicado em 15 de janeiro de 2025 às 14h14.
Última atualização em 15 de janeiro de 2025 às 15h14.
Israel e Hamas concordaram com um esboço provisório de um acordo de cessar-fogo em Gaza, nesta quarta-feira, 15, segundo agências internacionais. Autoridades de ambos os lados envolvidas nas negociações teriam confirmado o pacto, mas ainda não informaram uma data de início para o plano, que ainda precisa da aprovação do Gabinete de Segurança do Primeiro-Ministro israelense Benjamin Netanyahu e, em seguida, de seu Gabinete completo.
Se implementado o acordo, a primeira fase prevê a liberação de dezenas de reféns em troca de centenas de palestinos detidos em Israel,mas questões técnicas ainda podem comprometer o consenso.
Após mais de 15 meses de guerra, o acordo traz esperanças de encerrar aguerra mais mortal e destrutiva já travada por Israel e Hamas, um conflito que desestabilizou o Oriente Médio.
A guerra gerou protestos em todo o mundo ao longo de sua duração. Nesta quarta-feira não foi diferente. Centenas de manifestantes se reuniram do lado de fora da sede militar israelense em Tel Aviv, pedindo que um acordo fosse concluído. Muitos seguravam cartazes de reféns mantidos pelo Hamas, outros levantavam velas no ar.
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, comemorou o acordo em uma publicação em sua plataforma de mídia social Truth Social.“TEMOS UM ACORDO PARA OS REFÉNS NO ORIENTE MÉDIO. ELES SERÃO LIBERADOS EM BREVE. OBRIGADO!”, escreveu Trump.
Contexto da Guerra
A guerra em Gaza começou depois que o Hamas lançou um ataque surpresa a Israel em 7 de outubro de 2023, que matou 1.200 pessoas e fez 250 reféns. Cerca de 105 cativos foram libertados posteriormente em um cessar-fogo de uma semana em novembro de 2023 em troca de 240 prisioneiros palestinos.
História da Faixa de Gaza
A Faixa de Gaza tem este nome por ser, literalmente, uma faixa no mapa: tem 11 quilômetros de largura e 40 quilômetros de extensão e ocupa área de 360 km², equivalente a um quarto da cidade de São Paulo
A população de Gaza é estimada em 2,1 milhões de pessoas, segundo dados do CIA World Factbook, sendo que 98% são muçulmanos. A região tem muitos jovens: a idade média da população é de 18 anos, e quase 40% dos moradores tem até 14 anos.
Na Guerra dos Seis Dias, em 1967, Israel retomou a Faixa de Gaza do Egito, e ocupou a região militarmente até os anos 1990, quando iniciou uma transição de governo da região para a Autoridade Palestina. A retirada completa de tropas israelenses só foi concluída em 2005. Israel manteve forte controle das fronteiras, para impedir que palestinos acessem livremente seu território.
No entanto, em 2007, o grupo Hamas passou a controlar o governo na Faixa de Gaza, após ser bem votado nas eleições palestinas. Isso fez com que Israel, Estados Unidos e Europa adotassem sanções contra Gaza. O governo israelense, Israel adotou medidas duras contra a região como impedir a importação de combustível.
Nos anos seguintes, houve vários momentos de tensão, com troca de ataques de mísseis, entre Gaza e Israel. Em 2014, houve uma das maiores crises: depois que três adolescentes foram sequestrados, forças israelenses invadiram Gaza, em uma ofensiva que durou 50 dias. Mais de 5.000 locais em Gaza foram atacados. Novos embates ocorreram entre os dois lados nos anos seguintes.
Para entender entre conflito Israel e Hamas:
- O que é a Faixa de Gaza? Região vive crise há 75 anos; conheça sua história
- Guerra de Israel-Hamas: tudo o que você precisa saber para entender o conflito
- Conheça o USS Gerald R. Ford, maior navio de guerra do mundo enviado pelos EUA a Israel
- Guerra: 5 perguntas para entender o conflito entre o Hamas e Israel
- Lar judeu, ocupações e guerras: entenda o histórico do conflito entre israelenses e palestinos
- Catar e Hamas, Irã e Hezbollah, Rússia e Síria: entenda as alianças no Oriente Médio