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Israel e EUA acusam presidente palestino de antissemitismo

O primeiro-ministro israelense criticou o líder palestino após comentários sobre a causa dos massacres no passado

Netanyahu: o porta-voz israelense acusou o líder palestino de atiçar o ódio religioso e nacionalista contra os judeus (Sebastian Scheiner/Pool via Reuters *** Local Caption ***/Reuters)

Netanyahu: o porta-voz israelense acusou o líder palestino de atiçar o ódio religioso e nacionalista contra os judeus (Sebastian Scheiner/Pool via Reuters *** Local Caption ***/Reuters)

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AFP

Publicado em 2 de maio de 2018 às 10h51.

Última atualização em 2 de maio de 2018 às 12h01.

Autoridades de Estados Unidos e Israel condenaram, nesta quarta-feira (2), as declarações do presidente palestino, Mahmud Abbas, que sugeriu que a "função social" dos judeus especialmente no setor bancário, e não o antissemitismo, foi a causa dos massacres no passado.

"Aparentemente, um negacionista do Holocausto continua sendo um negacionista", tuitou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

"Está na hora de desaparecer", disse ele sobre Abbas.

O porta-voz do Ministério israelense das Relações Exteriores, Emmanuel Nahshon, acusou Abbas "de atiçar o ódio religioso e nacionalista contra o povo judeu e Israel".

Já o embaixador dos Estados Unidos em Israel, David Friedman, que é judeu, considerou que Abbas "caiu mais baixo do que nunca".

Várias vezes acusado de antissemitismo por Israel, o presidente palestino sugeriu, na segunda-feira, em uma reunião política em Ramallah, na Cisjordânia ocupada, que as atividades dos judeus no setor bancário provocaram hostilidade em relação a eles.

"Desde o século XI até o Holocausto que aconteceu na Alemanha, aqueles judeus que viviam na Europa Ocidental e do Leste foram alvo de massacres a cada 10, ou 15 anos. Mas, por que isso aconteceu? Eles (os judeus) dizem: 'porque somos judeus'", declarou Abbas diante de centenas de delegados do Parlamento da Organização para Libertação da Palestina (OLP).

Depois, citou "três livros" escritos por judeus como provas que, segundo ele, demonstram que "a hostilidade contra os judeus não se deve a sua religião, mas, sobretudo, a sua função social". Ele disse, então, que se referia "às suas funções sociais relacionadas com os bancos e aos (empréstimos com) juros".

Segundo Abbas, os judeus nos países árabes não sofreram as mesmas perseguições.

Abbas "demonstrou um antissemitismo primário que é ainda mais surpreendente, já que afirma querer fazer as pazes com Israel, enquanto que alimenta o ódio religioso e nacionalista contra o povo judeu e Israel", disse Nahshon à AFP.

O enviado dos Estados Unidos para o Oriente Médio, Jason Greenblatt, classificou as declarações de Abbas de "muito lamentáveis, muito alarmantes e terrivelmente desanimadoras".

"Quem quer que pense que é por causa de Israel que não temos paz faria melhor se pensasse duas vezes", disse Friedman.

Em uma declaração, o presidente do Parlamento, Yuli Edelstein, disse que Abbas "aparecerá nos livros de história como um negacionista, provocador racista".

As relações entre os palestinos e o governo americano se deterioraram depois da decisão do presidente Donald Trump de reconhecer Jerusalém como capital de Israel e de mudar para lá a embaixada dos Estados Unidos que se encontra em Tel Aviv atualmente.

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