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Israel deportará todos os ativistas detidos após ataque a navios

Jerusalém - Diante da indignação internacional contra sua ação militar para impedir a chegada de barcos à Faixa de Gaza, Israel anunciou nesta terça-feira que deportará todos os ativistas detidos no incidente, abandonando a ameaça de processar alguns deles. Nove ativistas morreram na madrugada de segunda-feira durante a invasão militar de navios com os quais […]

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Da Redação

Publicado em 1 de junho de 2010 às 22h38.

Jerusalém - Diante da indignação internacional contra sua ação militar para impedir a chegada de barcos à Faixa de Gaza, Israel anunciou nesta terça-feira que deportará todos os ativistas detidos no incidente, abandonando a ameaça de processar alguns deles.

Nove ativistas morreram na madrugada de segunda-feira durante a invasão militar de navios com os quais ativistas pretendiam chegar à Faixa de Gaza para entregar mantimentos, furando o bloqueio comercial que Israel impõe à região palestina governada pelo grupo islâmico Hamas.

Em meio a uma ampla condenação internacional, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) pediu uma investigação imparcial das mortes. O governo da Turquia, país originário da maioria dos barcos e ativistas envolvidos no incidente, exigiu que Israel suspendesse imediatamente o "desumano" bloqueio aos 1,5 milhão de palestinos de Faixa de Gaza.

Israel inicialmente declarou que pretendia deportar 682 ativistas de 35 países, mas que alguns deles seriam processados por terem agredido fuzileiros navais israelenses.

Depois, um porta-voz do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que todos os ativistas "serão deportados imediatamente" e que a operação deve estar concluída em 48 horas.

Entre os quase 700 ativistas presos em seis barcos estão a cineasta brasileira Iara Lee, radicada nos Estados Unidos, dois políticos europeus e o escritor sueco Henning Mankell.

Na Turquia, o primeiro-ministro Tayyip Erdogan, visivelmente irritado, disse ao Parlamento que "o comportamento de Israel deve definitivamente, definitivamente ser punido." "Chegou a hora de a comunidade internacional dizer 'basta'," afirmou ele.

Erdogan é um político islâmico moderado que vem promovendo uma aproximação com o Irã e com outros inimigos de Israel, apesar de a Turquia já ter sido no passado o principal aliado islâmico do Estado judeu. O ataque às embarcações turcas pode tornar as relações ainda mais tensas.   


O caso no Mediterrâneo cria atritos também entre Netanyahu e o presidente dos EUA, Barack Obama. Netanyahu estava no Canadá quando o incidente aconteceu, e voltou a Israel em vez de viajar para Washington e se reunir com Obama, conforme estava programado.

Obama, que recentemente conseguiu convencer israelenses e palestinos a retomarem um processo indireto de negociações, disse que espera ver os fatos serem esclarecidos rapidamente.

Condolências

Num telefonema a Erdogan, Obama manifestou condolências pelos mortos --quatro deles turcos-- e reiterou o apoio dos EUA a uma investigação imparcial "dos fatos que cercam essa tragédia", segundo a Casa Branca.

O presidente, de acordo com esse relato, acrescentou que é importante encontrar "melhores formas de prestar assistência humanitária ao povo de Gaza sem afetar a segurança de Israel."

A secretária de Estado Hillary Clinton disse a jornalistas em Washington que a situação "é muito difícil e exige respostas cuidadosas e refletidas de todos os envolvidos."

A ONU também cobrou uma investigação imparcial, levando o chanceler de Israel a telefonar para o secretário-geral Ban Ki-moon queixando-se de que seu país teria sido condenado injustamente por "ações defensivas."

Os militares israelenses dizem que seus soldados abriram fogo porque corriam grave perigo, pois foram cercados e atacados por ativistas no momento em que desembarcavam de helicóptero no navio Mavi Marmara.

As imagens dos ativistas agredindo soldados com canos certamente devem fazer a opinião pública israelense se perguntar como uma ação militar pôde ter sido tão mal concebida. 


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