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Israel aplica breve cessar-fogo após intensificar ataques

Exército israelense aceitou um breve cessar-fogo de 4 horas, onde a intensificação dos ataques contra o Hamas fez mais dezenas de mortos palestinos

Fumaça em Gaza, depois de ataque aéreo israelense (Jack Guez/AFP)

Fumaça em Gaza, depois de ataque aéreo israelense (Jack Guez/AFP)

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Da Redação

Publicado em 30 de julho de 2014 às 12h42.

Gaza - O Exército israelense aceitou nesta quarta-feira um breve cessar-fogo de quatro horas na Faixa de Gaza, onde a intensificação dos ataques contra o Hamas fez mais dezenas de mortos palestinos, incluindo em outra escola da ONU.

Nada indica, contudo, que esta trégua, iniciada as 09h00 (horário de Brasília) e que deve terminar às 13h00, será respeitada.

O anúncio foi recebido como "sem valor" pelo movimento islamita palestino Hamas, porque não inclui as zonas de combate onde o Exército está presente no terreno.

Já os habitantes de Gaza vivem mais um dia de pesadelo, com a decisão clara das forças israelenses de avançar ainda mais sobre o território palestino.

Segundo um balanço provisório dos serviços de emergência, quase 80 palestinos morreram nesta quarta-feira, em sua maioria civis. Segundo a ONU, três quartos dos 1.300 mortos palestinos nos 23 dias de conflito são civis.

No campo de refugiados de Jabaliya (norte), ao menos dezesseis palestinos, entre eles várias crianças, morreram após um ataque israelense contra uma das 83 escoladas da ONU utilizadas para abrigar os civis.

A Agência das Nações Unidas para os Refugiados da Palestina (UNWRA) acusou o Exército israelense de "grave violação do direito internacional" depois do ataque.

Pouco depois do amanhecer, dois morteiros disparados de tanques israelenses acertaram em cheio duas salas de aula da escola, onde cerca 3.300 civis estavam refugiados.

O chefe da UNWRA, Pierre Krähenbühl, pediu "à comunidade internacional que inicie uma ação política decidida para por fim de imediato ao massacre em andamento".

Sem abrigo

"Crianças foram mortas enquanto dormiam ao lado de seus pais no chão de uma sala de aula. São pessoas que o Exército israelense ordenou que deixassem suas casas", denunciou.

"Não há palavras para expressar minha cólera e indignação. É a sexta vez que uma de nossas escolas sofre um ataque", afirmou ainda em seu Twitter.

Encurralados em um território minúsculo e submetidos desde 2006 a um bloqueio israelense, os cerca de 1,8 milhão de habitantes de Gaza não estão seguros em nenhum lugar.

Israel culpa o Hamas pela morte de civis, acusando o grupo de utilizá-los como "escudos humanos".

A comunidade internacional parece incapaz de parar essa escalada de violência.

Berlim expressou sua preocupação, enquanto a França condenou, sem incriminar Israel, o bombardeio de Jabaliya. E a Argélia anunciou estudar uma ação árabe conjunta com o Egito e o Catar, aliado do Hamas.

Durante uma conversa por telefone com o secretário de Estado americano, John Kerry, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, mencionou "a ideia e a possibilidade de um cessar-fogo".

Mas nada de concreto se seguiu a essas declarações. Israel já avisou que não sairá de Gaza enquanto não aniquilar a ameaça dos grupos armados palestinos.

Em uma rara declaração divulgada pela rádio e pela televisão do Hamas, Mohammad Deif, chefe das Brigadas Ezzedine al-Qassam - braço armado do movimento palestino -, lembrou a posição de sua organização: não haverá trégua "sem o fim da agressão e a suspensão do cerco", referindo-se ao bloqueio israelense imposto desde 2006 ao enclave palestino.

Vídeo de Ezzedine al-Qassam

Única iniciativa diplomática anunciada, a ida ao Cairo de uma delegação que inclui as principais facções palestinas, entre elas o Hamas, ainda permanece hipotética.

O gabinete de segurança presidido por Netanyahu se reúne nesta tarde em Tel Aviv para discutir uma proposta egípcia para um cessar-fogo durável, de acordo com a Rádio do Exército.

O governo de Benjamin Netanyahu enfrenta uma forte pressão de sua opinião pública, muito sensível à questão dos túneis e que, com base nas últimas pesquisas, é fortemente favorável à manutenção das operações militares.

Cinquenta e três soldados israelenses morreram desde o início da operação "Barreira Protetora", em 8 de julho, o registro mais pesado desde e guerra contra o Hezbollah libanês em 2006.

Além disso, dois civis israelenses e um trabalhador tailandês morreram em ataques com foguetes.

Sem esmorecer, as Brigadas Ezzedine al-Qassam, o braço armado do Hamas, divulgou um vídeo, visualizado quase 800 mil vezes no YouTube, mostrando a operação em que um de seus comandos, a partir de um túnel, matou na segunda-feira cinco soldados israelenses em uma torre de vigia perto de Kibbutz Nahal Oz.

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