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Israel anuncia resgate de quatro reféns na Faixa de Gaza

Foram salvos uma mulher de 26 anos e três homens com 22, 27 e 41 anos de idade

Faixa de Gaza: ao menos 250 pessoas foram sequestradas pelo grupo Hamas durante festival em outubro ((Photo by Eyad BABA / AFP)/AFP)

Faixa de Gaza: ao menos 250 pessoas foram sequestradas pelo grupo Hamas durante festival em outubro ((Photo by Eyad BABA / AFP)/AFP)

Publicado em 8 de junho de 2024 às 13h23.

O Exército israelense anunciou neste sábado, 8, que libertou quatro reféns durante uma "complexa operação diurna" no centro da Faixa de Gaza.

Foram salvos uma mulher — Noa Argamani, de 26 anos — e três homens: Almog Meir Jan, 22; Andrei Kozlov, 27; e Shlomi Ziv, 41.

Todos foram "sequestrados" no festival de música eletrônica Nova, primeiro ataque feito pelo grupo terrorista Hamas, e estavam em "boas condições médicas", segundo militares.

No mesmo dia, a polícia israelense informou a morte do agente Arnon Zmora, que ficou ferido durante a operação.

O que diz o Hamas?

O Hamas relatou, por sua vez, que pelo menos 210 pessoas foram mortas durante estes ataques israelenses.

"O número de vítimas do massacre da ocupação israelense no campo de Nuseirat aumentou para 210 mártires e mais de 400 feridos", afirmou a assessoria de imprensa do governo do Hamas em comunicado.

Diante deste cenário, o líder do grupo islamista, Ismail Haniyeh, afirmou neste sábado, 8, que a "resistência continuará" após confrontos no campo de refugiados.

Em 7 de outubro, combatentes do Hamas atacaram o sul de Israel, matando 1.194 pessoas, a maioria civis, segundo um balanço da AFP baseado em dados oficiais israelenses.

No ataque, fizeram 251 reféns, dos quais 116 permanecem detidos em Gaza, incluindo 41 que foram dados como mortos, segundo o Exército israelense.

Em resposta, Israel lançou uma ofensiva que deixou pelo menos 36.801 mortos em Gaza, majoritariamente civis, segundo o Ministério da Saúde do território, governado desde 2007 pelo Hamas.

Últimos acontecimentos da guerra

Nos últimos dias, os bombardeios israelenses se concentraram no centro do território palestino, sobretudo em Nuseirat, onde os ataques atingiram, na quinta-feira, 6, uma escola da agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA, na sigla em inglês) e deixaram 37 mortos, segundo um hospital local.

O Exército israelense alegou ter bombardeado o centro educacional porque este abrigava, secretamente, "uma base do Hamas" e afirmou ter matado "17 terroristas".

Já o grupo islamista acusou as forças de Israel de espalharem "informações falsas".

Antes de anunciar a libertação dos reféns, o Exército israelense informou que estava atacando "infraestruturas terroristas" em Nuseirat.

Um porta-voz do hospital Mártires de Al Aqsa em Deir al Balah, perto daquela localidade, anunciou a morte de 15 pessoas devido a "bombardeios israelenses intensos".

Testemunhas relataram confrontos entre o Exército e os milicianos palestinos nos campos de refugiados de Al Bureij e Al Maghazi.

Os militares israelenses afirmaram em comunicado que atingiram "dezenas de células terroristas e infraestruturas terroristas" durante suas operações em Al Bureij e Deir al Balah.

No norte, cinco pessoas morreram e sete ficaram feridas em um bombardeio aéreo noturno contra uma casa na Cidade de Gaza, segundo um médico e a Defesa Civil do território palestino.

"Ouvimos uma enorme explosão (...) Fomos ao local e descobrimos restos humanos de crianças, mulheres e idosos", contou Mohamad Abu Nahl à AFP.

Vários bombardeios de artilharia atingiram Rafah, uma cidade no extremo sul, na fronteira com o Egito, onde o Exército israelense iniciou operações terrestres no início de maio.

As forças israelenses afirmaram ainda que continuam realizando "operações direcionadas" e descobriram "grandes quantidades de armas".

Visita dos EUA em breve

A imprensa israelense afirmou que Benny Gantz, importante membro do gabinete de guerra, deve anunciar sua renúncia neste sábado. No entanto, ele cancelou uma entrevista coletiva pouco antes do anúncio sobre os reféns.

Em 18 de maio, Gantz deu um ultimato a Netanyahu exigindo a adoção de um "plano de ação" para o pós-guerra na Faixa de Gaza. Segundo ele, sem este plano, seria "obrigado a renunciar ao governo".

Os esforços diplomáticos para um cessar-fogo permanecem paralisados, apesar das discussões no Catar esta semana e após o presidente americano, Joe Biden, ter anunciado um roteiro.

O chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, viajará a Israel, Egito, Catar e Jordânia na próxima semana para tentar promover diálogos, anunciou Washington.

Segundo o Wall Street Journal, que cita fontes próximas às negociações, o Catar e o Egito ameaçaram prender e expulsar os líderes do Hamas de Doha, onde residem, caso não aceitem uma trégua com Israel.

(Com AFP)

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