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Israel anuncia intenção de fechar escritórios da Al Jazeera

Há anos Tel Aviv acusa a Al Jazeera de parcialidade na cobertura do conflito com os palestinos.

Logo da Al Jazeera em estúdio (Foto/Getty Images)

Logo da Al Jazeera em estúdio (Foto/Getty Images)

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AFP

Publicado em 6 de agosto de 2017 às 14h29.

Israel anunciou, neste domingo, sua intenção de fechar o escritório da emissora catariana Al Jazeera, acusada pelas autoridades de "incitar" a violência, anunciou o Ministério de Comunicações israelense.

Há anos Tel Aviv acusa a Al Jazeera de parcialidade na cobertura do conflito com os palestinos.

O ministério vai pedir a anulação das credenciais dos jornalistas, assim como o fim da ligações a cabo e por satélite da emissora, indicou um comunicado.

O ministro de Segurança Interior também vai começar um procedimento para fechar os escritórios do canal.

A emissora denunciou a decisão do governo e afirmou que vai levar o caso à Justiça.

"A Al Jazeera denuncia essa medida de parte de um Estado que finge ser a única democracia do Oriente Médio", disse à AFP um diretor da emissora, que contou que ela "vai dar sequência ao assunto por meio dos procedimentos legais e judiciários apropriados", disse.

As autoridades israelenses querem ainda limitar a capacidade de conexões de satélites "abertos que permitem à maioria dos espectadores da comunidade árabe e israelense captar" a Al Jazeera, afirmou o ministério, sem dar maiores detalhes.

Os árabes israelenses, descendentes de palestinos que ficaram em suas terras quando o Estado de Israel foi criado em 1948, representam 17,5% da população israelense, em sua maioria judia. Eles têm nacionalidade de Israel e se queixam de sofrer discriminação.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, tinha anunciado no fim de julho que queria expulsar o canal, acusado de atiçar a tensão nas redondezas dos lugares santos de Jerusalém.

O ministério anunciou o fechamento da Al Jazeera após quase duas semanas de tensão na Explanada das Mesquitas, em Jerusalém, onde o Estado hebreu instalou e pouco depois retirou um novo dispositivo de segurança, duramente criticado pelos palestinos e pela comunidade internacional.

Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Egito romperam com o Catar em 5 junho. O país é acusado de "sustentar o terrorismo", mas sobretudo de se aproximar de seu grande rival na região, o Irã.

O acesso à emissora, fundada há mais de 20 anos pelo governo do Catar, foi bloqueado nos países, que acusam o canal de ter uma orientação "islâmica". Eles também solicitaram que o Catar fechasse a Al Jazeera, uma demanda considerada "inaceitável" pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, pois "compromete a liberdade de informação".

A Al Jazeera tem mais de 80 escritórios no mundo todo é transmitida em várias línguas.

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