Islâmicos do sudeste asiático saúdam Bin Laden como mártir
Militantes da Al Qaeda na Indonésia e nas Filipinas fizeram o governo intensificar a presença policial por medo de represálias
Da Redação
Publicado em 4 de maio de 2011 às 15h15.
Jacarta - Islâmicos da Indonésia saudaram Osama bin Laden como um mártir nesta quarta-feira, ilustrando a simpatia de grupos militantes do sudeste asiático pelo líder da Al Qaeda, morto por forças norte-americanas no Paquistão.
Indonésia e Filipinas, dois países que têm militantes com vínculos com a Al Qaeda, intensificaram a segurança após a morte de Bin Laden, no domingo. Jacarta aumentou a presença policial antes de uma reunião anual de líderes regionais que acontecerá no fim de semana.
"Se é verdade que foi ele, foi Bin Laden quem venceu. Ele teve a vitória com a qual sonhava: morrer fuzilado como mártir por seus inimigos", disse Son Hadi, porta-voz do grupo islâmico Jema'ah Ansharut Tauhid, fundado pelo clérigo Abu Bakar Bashir.
"O impacto de seu desaparecimento é que Osama será apreciado com orações, apoio e algumas declarações odiosas dos EUA", disse ele. "Estou certo de que os EUA sofrerão um desastre de grandes proporções."
Os vínculos entre a Al Qaeda e grupos militantes espalhados como o Jemaah Islamiah e o Abu Sayyaf se enfraqueceram nos anos recentes, após operações de repressão militar, e analistas dizem que um ataque de represália no curto prazo é improvável.
"Acho que o grande impacto será na Indonésia", disse Sidney Jones, do Grupo Internacional de Crises, em Jacarta. "Acho que, se os grupos se decidirem a tentar lançar um ataque vingativo, levará algum tempo para prepararem uma conspiração, mesmo uma simples."
Acredita-se que a Al Qaeda deu apoio a alguns dos ataques lançados pelo Jemaah Islamiah, como as explosões que mataram mais de 200 pessoas em Bali em 2002.
Recentemente a militância na Indonésia parece estar voltada mais contra alvos domésticos, como a polícia ou setores que promovem o pluralismo.
A Frente de Defensores Islâmicos (FPI) da Indonésia promoveu uma reunião na quarta-feira em sua sede em Jacarta para manifestar gratidão pelos "serviços" prestados pelo "mártir" Bin Laden.
Um cartaz colado sobre um muro perto do local da reunião dizia que o assassinato de Bin Laden por forças norte-americanas foi um ato de covardia e que os infiéis tinham celebrado sua morte com uma festa.
"Que no futuro nasçam outros Osamas que tenham ainda mais bravura para combater pelo islã", disse o cartaz.
"Nosso sangue está fervendo de ira porque queremos esmagar os soldados norte-americanos em pedacinhos", disse uma pessoa que discursou no evento.
O grupo, cujos integrantes são conhecidos por brandir varas de bambu e promover "policiamento moral" depredando bares em Jacarta, nunca foi ligado a nenhum ataque importante ou a metas políticas mais amplas. Ele parece operar com impunidade por parte das autoridades, receosas de parecerem anti-islâmicas no país que tem a maior população muçulmana do mundo.
Jacarta - Islâmicos da Indonésia saudaram Osama bin Laden como um mártir nesta quarta-feira, ilustrando a simpatia de grupos militantes do sudeste asiático pelo líder da Al Qaeda, morto por forças norte-americanas no Paquistão.
Indonésia e Filipinas, dois países que têm militantes com vínculos com a Al Qaeda, intensificaram a segurança após a morte de Bin Laden, no domingo. Jacarta aumentou a presença policial antes de uma reunião anual de líderes regionais que acontecerá no fim de semana.
"Se é verdade que foi ele, foi Bin Laden quem venceu. Ele teve a vitória com a qual sonhava: morrer fuzilado como mártir por seus inimigos", disse Son Hadi, porta-voz do grupo islâmico Jema'ah Ansharut Tauhid, fundado pelo clérigo Abu Bakar Bashir.
"O impacto de seu desaparecimento é que Osama será apreciado com orações, apoio e algumas declarações odiosas dos EUA", disse ele. "Estou certo de que os EUA sofrerão um desastre de grandes proporções."
Os vínculos entre a Al Qaeda e grupos militantes espalhados como o Jemaah Islamiah e o Abu Sayyaf se enfraqueceram nos anos recentes, após operações de repressão militar, e analistas dizem que um ataque de represália no curto prazo é improvável.
"Acho que o grande impacto será na Indonésia", disse Sidney Jones, do Grupo Internacional de Crises, em Jacarta. "Acho que, se os grupos se decidirem a tentar lançar um ataque vingativo, levará algum tempo para prepararem uma conspiração, mesmo uma simples."
Acredita-se que a Al Qaeda deu apoio a alguns dos ataques lançados pelo Jemaah Islamiah, como as explosões que mataram mais de 200 pessoas em Bali em 2002.
Recentemente a militância na Indonésia parece estar voltada mais contra alvos domésticos, como a polícia ou setores que promovem o pluralismo.
A Frente de Defensores Islâmicos (FPI) da Indonésia promoveu uma reunião na quarta-feira em sua sede em Jacarta para manifestar gratidão pelos "serviços" prestados pelo "mártir" Bin Laden.
Um cartaz colado sobre um muro perto do local da reunião dizia que o assassinato de Bin Laden por forças norte-americanas foi um ato de covardia e que os infiéis tinham celebrado sua morte com uma festa.
"Que no futuro nasçam outros Osamas que tenham ainda mais bravura para combater pelo islã", disse o cartaz.
"Nosso sangue está fervendo de ira porque queremos esmagar os soldados norte-americanos em pedacinhos", disse uma pessoa que discursou no evento.
O grupo, cujos integrantes são conhecidos por brandir varas de bambu e promover "policiamento moral" depredando bares em Jacarta, nunca foi ligado a nenhum ataque importante ou a metas políticas mais amplas. Ele parece operar com impunidade por parte das autoridades, receosas de parecerem anti-islâmicas no país que tem a maior população muçulmana do mundo.