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Iraque registra combates perto de principal refinaria

Exército iraquiano tentou repelir ataque de insurgentes sunitas contra a principal refinaria de petróleo do país. John Kerry visita a região

Secretário de Estado americano, John Kerry, tenta promover a unidade política para evitar a fragmentação do Iraque (Brendan Smialowski/AFP)
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Da Redação

Publicado em 24 de junho de 2014 às 14h14.

Bagdá - O Exército iraquiano tentou repelir nesta terça-feira um ataque dos insurgentes sunitas contra a principal refinaria de petróleo do país e seu avanço no oeste.

Em meio ao conflito, o secretário de Estado americano, John Kerry, tenta promover a unidade política para evitar a fragmentação do Iraque.

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Kerry se reuniu em Erbil (norte) com líderes curdos após prometer a Bagdá um apoio intensivo para deter a ofensiva que permitiu aos jihadistas tomar grandes faixas de território, deslocando centenas de milhares de iraquianos e pressionando o primeiro-ministro xiita Nuri al-Maliki.

Ao amanhecer, os rebeldes, liderados pelo Estado Islâmico no Iraque e no Levante ( EIIL ), lançou um novo ataque para retomar o controle da refinaria de Baiji, 200 km ao norte de Bagdá. Contudo, os soldados conseguiram repelir a agressão, segundo autoridades locais.

Os soldados receberam o apoio da força aérea, que realizou ataques em Baiji.

Uma autoridade local acusou os insurgentes de se esconderem nas casas dos bairros residenciais nas redondezas. Dez crianças e nove mulheres foram mortas nos ataques, de acordo com outra autoridade, enquanto a TV estatal falou de 19 terroristas mortos.

O Exército havia impedido em meados de junho um ataque anterior contra a refinaria, um episódio que aterrorizou os mercados de petróleo, sendo o Iraque o segundo maior produtor da Opep.

Este foi um raro sucesso do Exército, depois de sua derrota total nos primeiros dias da ofensiva lançada em 9 de junho pelas forças insurgentes, que consolidaram a sua autoridade sobre muitas regiões do norte, oeste e leste.

Na província ocidental de Al-Anbar, onde os insurgentes controlam várias cidades, o Exército apoiado por tribos locais repeliram um ataque à cidade de Haditha, que abriga uma grande usina elétrica. A Força Aérea também realizou ataques em duas pontes vitais sobre o rio Eufrates, perto da cidade de Al-Qaim, usadas por insurgentes, matando 13 pessoas.

Iraque em processo de desintegração

Enquanto os jihadistas se encontram a menos de 100 km de Bagdá, Kerry tentou convencer o presidente da região autônoma do Curdistão, Massoud Barzani, a participar de um governo de unidade para evitar que o país mergulhe no caos.

No entanto, sua missão parece difícil, pois Barzani pediu a demissão de Maliki, que parece querer permanecer no poder, apesar das duras críticas contra sua política religiosa que tem marginalizado a minoria sunita.

"Como todos sabem, este é um momento muito crítico para o Iraque, e a formação de um governo é o nosso maior desafio", disse Kerry ao seu interlocutor.

As profundas divergências que assolaram o país bem antes da ofensiva jihadista impediram a formação de um novo governo após as eleições de abril, quando o bloco de Maliki venceu. E sua formação tornou-se mais urgente depois da ofensiva.

Para aumentar a instabilidade, as forças curdas tomaram diversas áreas após a retirada do Exército frente o avanço dos insurgentes, incluindo a cidade multiétnica e rice em petróleo de Kirkuk.

"Hoje vivemos em uma era diferente", declarou Barzani em entrevista à CNN, acusando Maliki de ser o "responsável pelo que aconteceu" no Iraque. "O Iraque está claramente em processo de desintegração e é claro que o governo federal ou central perdeu o controle sobre tudo."

Reunião da Otan

Kerry, para quem a ofensiva jihadista representa uma ameaça à integridade do Iraque, prometeu um apoio eficaz se as forças políticas trabalharem pela unidade do país. O presidente Barack Obama anunciou o envio de conselheiros militares para ajudar o Exército, mas excluiu o envio de homens.

Após o Iraque, o secretário americano deve participar de uma reunião da Otan em Bruxelas, e, em seguida, viajará a Paris.

Desde 9 de junho, os jihadistas do EIIL tomaram Mossul, segunda maior cidade do Iraque; grandes partes de sua província, Nínive (norte); de Tikrit; e outras áreas das províncias de Saladino (norte), Dijalah (leste) e Kirkuk (norte). Além disso, dominam as cidades de Fallujah, Al-Qaim, Rawa e Aana, na província de Al-Anbar, e partes de Ramadi.

Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, mais de 1.000 pessoas morreram entre 5 e 22 de junho em várias regiões do país.

"Pelo menos 757 civis morreram e 599 ficaram feridos nas províncias de Nínive, Diyala e Saladino entre 5 e 22 de junho. Pelo menos 318 pessoas morreram e 590 ficaram feridas durante o mesmo período em Bagdá e nas regiões do sul", declarou o porta-voz do Alto Comissariado, Rupert Colville.

"O EIIL divulgou dezenas de vídeos que mostram um tratamento cruel, decapitações e fuzilamentos fora de combate de soldados, policiais e pessoas atacadas aparentemente por sua religião ou origem étnica, incluindo os xiitas e os grupos minoritários como os turcomanos, os shabak, os cristãos e os Yezidis", denunciou Colville.

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