Mundo

Irã suspende enriquecimento de urânio a 20%, diz parlamentar

Suspensão era uma das principais exigências das potências mundiais nas negociações sobre o programa nuclear do país

Urânio: especialistas ocidentais consideravam que o Irã tentaria usar o enriquecimento como peça de barganha para convencer a comunidade internacional a suspender sanções (Getty Images)

Urânio: especialistas ocidentais consideravam que o Irã tentaria usar o enriquecimento como peça de barganha para convencer a comunidade internacional a suspender sanções (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de outubro de 2013 às 10h42.

Dubai - O Irã parou de enriquecer urânio a 20 por cento, o que era uma das principais exigências das potências mundiais nas negociações sobre o programa nuclear iraniano, segundo um influente parlamentar da República Islâmica.

Em Viena, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que regularmente inspeciona instalações nucleares iranianas, disse que não faria comentários por enquanto. Diplomatas de Estados membros da AIEA disseram não estar cientes da suspensão das atividades de enriquecimento no Irã.

Se confirmada, a informação será uma surpresa, pois especialistas ocidentais consideravam que o Irã tentaria usar o enriquecimento como peça de barganha para convencer a comunidade internacional a suspender sanções que prejudicam a economia iraniana.

Os EUA e aliados suspeitam que o Irã esteja tentando desenvolver armas nucleares, e veem o enriquecimento de urânio até 20 por cento de concentração físsil como um passo importante rumo à obtenção de matéria-prima para bombas atômicas.

Mas Teerã insiste no caráter pacífico das suas atividades e diz ter o direito de enriquecer urânio até esse nível para uso em um reator de pesquisas em Teerã.

No passado, parlamentares iranianos já fizeram declarações sobre o programa nuclear que acabaram sendo posteriormente negadas pelo governo.


Hossein Naqavi Hosseini, membro da Comissão de Segurança Nacional do Parlamento iraniano, disse que Teerã parou de enriquecer urânio a níveis superiores a 5 por cento de pureza, o que é necessário para a operação de usinas nucleares civis. O país tomou essa decisão, segundo o deputado, porque já tem todo o urânio a 20 por cento de que precisa para abastecer o reator de pesquisas médicas na capital.

"Teerã vai decidir sozinho se tem ou não um enriquecimento acima de 5 por cento, mas a questão da suspensão ou paralisação das atividades de enriquecimento é insignificante, porque nenhuma produção está ocorrendo no momento", disse Hosseini, segundo o site do Parlamento.

O Irã e seis potências mundiais --EUA, Rússia, China, Grã-Bretanha, França e Alemanha-- mantêm atualmente um processo de negociação para resolver a disputa nuclear que já se arrasta há uma década. A próxima rodada está marcada para 7 e 8 de novembro, num clima de otimismo resultante da posse do moderado Hassan Rouhani como presidente do Irã, em agosto.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaIrã - PaísOriente MédioTestes nucleares

Mais de Mundo

Eleições nos EUA: democratas começam votação para confirmar Kamala; vice ainda é mistério

Milei agradece ao Brasil por assumir custódia da embaixada argentina na Venezuela

Exército israelense anuncia que comandante militar do Hamas foi 'eliminado' em bombardeio em julho

Blinken pede a “todas as partes” no Oriente Médio que evitem escalada de violência

Mais na Exame