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Irã realiza eleições vitais para prosseguir com abertura

Nestas primeiras eleições desde o acordo nuclear de julho, quase 55 milhões de iranianos estão convocados às urnas

Hassan Rouhani: o presidente, eleito em 2013, acredita que este avanço inverterá a tendência em favor de reformistas e moderados (Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 26 de fevereiro de 2016 às 09h27.

Os iranianos começaram a votar nesta sexta-feira pela manhã em duas eleições cruciais para a manutenção da política de abertura do presidente moderado Hassan Rohani, que espera reforçar seu poder diante dos conservadores.

Nestas primeiras eleições desde o acordo nuclear de julho, quase 55 milhões de iranianos estão convocados às urnas para renovar os membros do Parlamento e da Assembleia de Especialistas (os religiosos encarregados de nomear e substituir o guia supremo).

Este último, Ali Khamenei, foi um dos primeiros a votar em uma mesquita situada no complexo onde vive em Teerã.

"Todos devem votar, todos aqueles que amam o Irã, a República Islâmica, a grandeza e a glória do Irã", declarou depois de votar.

"Temos inimigos", afirmou Khamenei sem citá-los, embora normalmente expresse seus receios em relação às potências ocidentais, especialmente os Estados Unidos, acusadas por ele de realizar uma política de infiltração.

"É preciso votar com perspicácia e com os olhos abertos" para decepcionar o inimigo, acrescentou.

Em outro centro eleitoral instalado em uma mesquita de Teerã, um iraniano de 38 anos, Atefeh Yusefi, reafirmou sua intenção de votar depois de se abster em várias ocasiões.

"Espero que as reformas melhorem a situação, já que a solução não é uma mudança de regime, e sim reformas", declarou.

Por sua vez, Esmat Savadi, de 54 anos, disse votar "para reforçar os pilares da santa República Islâmica do Irã".

Estas eleições são as primeiras desde o histórico acordo sobre o programa nuclear iraniano alcançado em julho pelas grandes potências e por Teerã, e que deverá permitir que o país abandone seu isolamento e reative uma economia debilitada por quase dez anos de sanções internacionais.

Algumas destas sanções foram levantadas em meados de janeiro com a entrada em vigor do acordo nuclear.

Rohani, eleito em 2013, acredita que este avanço inverterá a tendência em favor de reformistas e moderados, principalmente no Parlamento.

Isso o ajudaria, especialmente mediante os esperados investimentos estrangeiros, a aplicar uma política de reformas econômicas e sociais antes do fim de seu primeiro mandato, em 2017.

5.000 candidatos

Após a retirada no último minuto de 1.400 candidatos, os iranianos deverão escolher entre 4.844 candidatos, incluindo quase 500 mulheres, para renovar os 290 membros do Parlamento.

Um total de 159 candidatos, todos homens, buscam, por sua vez, ocupar os 88 postos da Assembleia de Especialistas.

Nas últimas legislativas, em 2012, os reformistas boicotaram as eleições em protesto contra a reeleição do presidente ultraconservador Mahmud Ahmadinejad em 2009, que consideraram fraudulenta.

Deixaram, assim, o caminho livre para os conservadores. A participação na época foi de 64,2%.

Desta vez os reformistas participam das eleições e, para aumentar suas chances, apresentam candidatos comuns com os moderados (alguns deles conservadores).

Mas o Conselho dos Guardiões da Constituição, que supervisiona a votação e se encontra sob o controle dos conservadores, eliminou os progressistas mais conhecidos.

As mesas eleitorais, que abriram às 08h00 (01h30 de Brasília), fecharão às 18h00 (11h30 de Brasília) e os primeiros resultados serão divulgados em 24 horas.

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Os iranianos começaram a votar nesta sexta-feira pela manhã em duas eleições cruciais para a manutenção da política de abertura do presidente moderado Hassan Rohani, que espera reforçar seu poder diante dos conservadores.

Nestas primeiras eleições desde o acordo nuclear de julho, quase 55 milhões de iranianos estão convocados às urnas para renovar os membros do Parlamento e da Assembleia de Especialistas (os religiosos encarregados de nomear e substituir o guia supremo).

Este último, Ali Khamenei, foi um dos primeiros a votar em uma mesquita situada no complexo onde vive em Teerã.

"Todos devem votar, todos aqueles que amam o Irã, a República Islâmica, a grandeza e a glória do Irã", declarou depois de votar.

"Temos inimigos", afirmou Khamenei sem citá-los, embora normalmente expresse seus receios em relação às potências ocidentais, especialmente os Estados Unidos, acusadas por ele de realizar uma política de infiltração.

"É preciso votar com perspicácia e com os olhos abertos" para decepcionar o inimigo, acrescentou.

Em outro centro eleitoral instalado em uma mesquita de Teerã, um iraniano de 38 anos, Atefeh Yusefi, reafirmou sua intenção de votar depois de se abster em várias ocasiões.

"Espero que as reformas melhorem a situação, já que a solução não é uma mudança de regime, e sim reformas", declarou.

Por sua vez, Esmat Savadi, de 54 anos, disse votar "para reforçar os pilares da santa República Islâmica do Irã".

Estas eleições são as primeiras desde o histórico acordo sobre o programa nuclear iraniano alcançado em julho pelas grandes potências e por Teerã, e que deverá permitir que o país abandone seu isolamento e reative uma economia debilitada por quase dez anos de sanções internacionais.

Algumas destas sanções foram levantadas em meados de janeiro com a entrada em vigor do acordo nuclear.

Rohani, eleito em 2013, acredita que este avanço inverterá a tendência em favor de reformistas e moderados, principalmente no Parlamento.

Isso o ajudaria, especialmente mediante os esperados investimentos estrangeiros, a aplicar uma política de reformas econômicas e sociais antes do fim de seu primeiro mandato, em 2017.

5.000 candidatos

Após a retirada no último minuto de 1.400 candidatos, os iranianos deverão escolher entre 4.844 candidatos, incluindo quase 500 mulheres, para renovar os 290 membros do Parlamento.

Um total de 159 candidatos, todos homens, buscam, por sua vez, ocupar os 88 postos da Assembleia de Especialistas.

Nas últimas legislativas, em 2012, os reformistas boicotaram as eleições em protesto contra a reeleição do presidente ultraconservador Mahmud Ahmadinejad em 2009, que consideraram fraudulenta.

Deixaram, assim, o caminho livre para os conservadores. A participação na época foi de 64,2%.

Desta vez os reformistas participam das eleições e, para aumentar suas chances, apresentam candidatos comuns com os moderados (alguns deles conservadores).

Mas o Conselho dos Guardiões da Constituição, que supervisiona a votação e se encontra sob o controle dos conservadores, eliminou os progressistas mais conhecidos.

As mesas eleitorais, que abriram às 08h00 (01h30 de Brasília), fecharão às 18h00 (11h30 de Brasília) e os primeiros resultados serão divulgados em 24 horas.

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