Mohammad Javad Zarif, ministro iraniano: "nós não iremos fechá-lo. Não iremos desmantelá-lo. Nós não iremos fechar ou desmantelar nada, essa é a nossa linha vermelha" (Stephanie McGehee/Reuters)
Da Redação
Publicado em 5 de março de 2014 às 11h24.
Tóquio - O ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, reagiu nesta quarta-feira contra pedidos de cortes maiores no programa nuclear do país.
Zarif disse que o "Ocidente não pode ter ilusões" de que o Irã encerrará completamente o seu programa de enriquecimento de urânio. Falando em Tóquio, ele também reiterou que o país não desistirá de concluir o seu reator nuclear de água pesada.
"Nós não iremos fechá-lo. Não iremos desmantelá-lo. Nós não iremos fechar ou desmantelar nada, essa é a nossa linha vermelha", assegurou o ministro, em entrevista coletiva antes de reuniões com o primeiro-ministro japonês e o ministro das Relações Exteriores do Japão. "Mas vamos abordar preocupações sobre proliferação que as pessoas possam ter."
As declarações foram feitas um dia depois de o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ter dito nos Estados Unidos que o Irã deve desmontar suas instalações de enriquecimento e reator.
O Irã está tentando negociar um acordo com os EUA e outras cinco potências globais para reduzir o seu programa nuclear em troca da suspensão de sanções. Um acordo interino foi alcançado em novembro, e as partes já começaram a negociar um acordo final. Zarif disse que alguns parecem estar tentando torpedear as negociações, fazendo uma referência velada ao público do discurso de Netanyahu à Comissão de Assuntos Públicos Norte-americanos e Israelenses. "Mas não acredito que eles terão sucesso", destacou.
O ministro disse ainda que o Irã está ansioso para aprender a tecnologia de energia nuclear do Japão e necessita mais de US$ 100 bilhões em investimentos em suas indústrias de petróleo e gás e US$ 75 bilhões em petroquímicos. O Irã concluiu uma usina nuclear, construída com a ajuda da Rússia, e quer outras 19. "Nós estamos negociando com a Rússia a construção de outras plantas nucleares, mas não é um ambiente exclusivo", assinalou Zarif. "Certamente o Japão pode desempenhar um papel." Fonte: Associated Press.