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Irã quer resposta rápida de potências a acordo nuclear

País deve mandar texto da cooperação com Brasil e Turquia para aprovação da AIEA até a semana que vem

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Ramin Mehmanparast, porta-voz do ministério iraniano das Relações Exteriores (.)

Ramin Mehmanparast, porta-voz do ministério iraniano das Relações Exteriores (.)

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Da Redação

Publicado em 18 de maio de 2010 às, 11h14.

Teerã - O Irã anunciou nesta terça-feira que aguarda uma resposta rápida das grandes potências a sua oferta de troca de urânio enriquecido na Turquia, incluída no acordo assinado na segunda-feira por Teerã, Brasília e Ancara e elogiado pela imprensa e políticos iranianos.

O Irã vai informar durante a semana à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) sobre a proposta, apresentada com o aval de Turquia e Brasil, afirmou nesta terça-feira o porta-voz do ministério iraniano das Relações Exteriores, Ramin Mehmanparast.

A declaração comum de 10 pontos, assinada pelos três países, prevê que Teerã infirme a AIEA em um prazo de uma semana.

"Vamos fazer isto por escrito, pelos canais habituais", declarou Mehmanparast durante o encontro semanal com a imprensa.

"Esperamos que os membros do grupo de Viena (Estados Unidos, França, Rússia e a AIEA) apresentem rapidamente sua disponibilidade para a troca oferecida por Teerã", acrescentou.

A AIEA pediu na segunda-feira uma confirmação escrita por parte do governo iraniano da proposta incluída no acordo Irã-Brasil-Turquia.

A oferta prevê a troca na Turquia de 1.200 quilos de urânio levemente enriquecido (3,5%) iraniano por 120 quilos de combustível enriquecido a 20%, fornecido pelas grandes potências e destinado ao reator de pesquisa nuclear de Teerã.


O grupo de Viena propôs em outubro do ano passado ao Irã o envio de 1.200 quilos de urânio levemente enriquecido a Rússia, onde o material seria elevado a 20% antes de ser transformado pela França em combustível para o reator de Teerã.

O Irã rejeitou a oferta por falta de garantias e começou a produzir em fevereiro urânio enriquecido a 20%.

Por iniciativa dos Estados Unidos e dos europeus, o Conselho de Segurança da ONU iniciou conversações sobre as novas sanções internacionais contra Teerã, suspeito de tentar construir armamento nuclear sob a fachada de um programa nuclear civil.

"O acordo que o Irã e o grupo de Viena assinarão, se assinarem, vai preparar o terreno para uma cooperação nuclear mais ampla e mudará o clima entre o Irã e as grandes potências", declarou Mehmanparast. "Em um clima de cooperação, as ações não construtivas e a questão das sanções devem ser deixados de lado para permitir uma maioria cooperação", completou.

O presidente do Parlamento iraniano, o conservador Ali Larijani, contrário à proposta do grupo de Viena em outubro, apoiou o acordo assinado na segunda-feira. "É necessário que as posições de todos se aproximem e que os países de um só voz se comprometam con este caminho justo", declarou Larijani.

A imprensa iraniana também celebra um acordo "que dá um xeque-mate nos Estados Unidos", segundo o jornal do governo.

"Esta decisão deveria ter sido tomada há vários meses, mas agora é preciso apoiar esta nova política do governo", escreve Abas Abdi, um importante líder da oposição reformista, no jornal moderado Shargh.

"A força e a inteligência do Irã se mostram no acordo tripartito de Teerã", afirma o ultraconservador Kayhan, para o qual Teerã sairá "vencedor, aconteça o que acontecer".

O jornal conservador Jomhouri Eslami é dos poucos a dar uma nota negativa, pos considerar que "o acordo não é uma vitória, e sim um passo atrás em relação aos ocidentais. O Irã não deveria ter aceitado".


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