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Irã pode alcançar recorde de execuções em 2011, diz ONG

Muitos grupos independentes afirmam que taxa de execuções per capita do país é a maior do mundo

Iranianos exilados em Berlim protestam contra apedrejamento de Sakineh Ashtiani (Sean Gallup/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 31 de janeiro de 2011 às 08h05.

Nova York - O Irã, que provocou um incidente diplomático ao executar no sábado uma mulher iraniana com cidadania holandesa, pode executar mais de 1.000 pessoas este ano - um recorde, segundo a organização Human Rights Watch (HRW).

A execução de Sahra Bahrami é o mais recente caso que ilustra a "séria falta de transparência" que cerca o crescimento do uso da pena capital no Irã, afirma a HRW.

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Muitos grupos afirmam que o Irã tem a maior taxa de execuções per capita do mundo. Em 2009, último ano com estatísticas completas, o Irã executou pelo menos 388 pessoas e ficou em segundo lugar, atrás apenas da China, segundo dados da Anistia Internacional.

Com a morte de Bahrami, a HRW estima que pelo menos 74 prisioneiros foram mortos pelo Estado desde 1º de janeiro.

"Dada a taxa atual, as autoridades facilmente terão executado mais de 1.000 prisioneiros antes do fim de 2011", disse a diretora para o Oriente Médio da HRW, Sarah Leah Whitson.

Faraz Sanei, pesquisador para o Oriente Médio da organização, denunciou "a séria falta de transparência da justiça iraniana acerca da execução de indivíduos detidos por crimes que implicam na pena de morte".

Para a HRW, a execução de Bahrami e de outros ressalta "um aprofundamento da crise dos direitos humanos que domina o país desde as polêmicas eleições de junho de 2009", que garantiram um segundo mandato ao presidente Mahmud Ahmadinejad.

A televisão iraniana anunciou no sábado que Bahrami, de 46 anos, havia sido condenada à morte pelo tribunal revolucionário "por posse de 450 gramas de cocaína e por sua participação na venda de 150 gramas de cocaína".

Detida em dezembro de 2009 em Teerã quando participava de uma manifestação contra o governo, Sahra Bahrami também era processada por pertencer a um grupo armado de oposição.

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