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Irã enriquece mais urânio e AIEA não descarta fins militares

Relatório da Agência Internacional de Energia Atômica mostra que país ignorou decisão da ONU e continua aumentando a produção do material

Reator nuclear iraniano: país nega intenção de fabricar atômica (Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 25 de fevereiro de 2011 às 15h48.

Viena - O Irã aumentou suas reservas de urânio enriquecido, ignorando a exigência da ONU para paralisar a atividade, e não cooperou com os inspetores internacionais para que fosse feita a certificação de que seu programa tem fins pacíficos.

Essas são as principais conclusões de um relatório restrito divulgado nesta sexta-feira pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que critica o Irã por não dar garantias sobre a "ausência de atividades nucleares não declaradas".

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O documento da AIEA, ao qual a Agência Efe teve acesso, indica que o país já processou 3.606 quilos de urânio pouco enriquecido (até 5%) e 43,6 quilos de urânio com pureza de até 20%.

Essas quantidades significam que, desde novembro, os técnicos iranianos conseguiram aumentar em 491 quilos as reservas de urânio pouco enriquecido e em 10 quilos as do combustível de maior pureza, que, segundo as autoridades iranianas, servem ao funcionamento de um reator voltado à produção de isótopos para o combate ao câncer.

No entanto, o urânio altamente enriquecido é também o principal motivo de preocupação para os Estados Unidos e a União Europeia (UE) por seu possível uso militar e civil.

Embora o Irã ainda esteja longe de alcançar a pureza de 90% necessária para fabricar bombas atômicas, os especialistas consideram que o regime dos aiatolás continua acumulando perícia técnica para aprimorar o processo de enriquecimento.

Em seu relatório, a AIEA adverte que ainda há assuntos pendentes que devem ser discutidos em relação a um possível programa militar nuclear.

"A AIEA se preocupa com a possível existência de anteriores ou atuais atividades nucleares ocultas nas quais estejam envolvidos organismos militares, como as relacionadas com o desenvolvimento de uma carga explosiva nuclear para um míssil", assinala o documento.

O relatório, elaborado em ocasião da reunião do Conselho de Governadores da AIEA, que começa em 7 de março, insiste na falta de colaboração do Irã para esclarecer a natureza de seu programa nuclear, que Teerã assegura ter apenas fins energéticos.

Os dados sobre a manutenção do enriquecimento de urânio mostram que o Irã parece ter superado os problemas técnicos que o obrigaram a interromper o enriquecimento de urânio em novembro passado e que algumas fontes relacionaram com o ataque de um vírus de computador.

A AIEA tenta há oito anos esclarecer a verdadeira natureza dos esforços nucleares do Irã, conduzidos durante anos de forma clandestina.

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