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Irã e UE tentam afinar posturas sobre programa nuclear

O negociador nuclear do Irã, Saeed Jalili, deve se reunir nesta terça-feira com a representante de política externa da União Europeia, Catherine Ashton


	O negociador nuclear do Irã, Saeed Jalili: a AIEA e o Irã vão retomar as negociações diretas sobre o programa nuclear iraniano em meados de outubro
 (Alexander Klein/AFP)

O negociador nuclear do Irã, Saeed Jalili: a AIEA e o Irã vão retomar as negociações diretas sobre o programa nuclear iraniano em meados de outubro (Alexander Klein/AFP)

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Da Redação

Publicado em 18 de setembro de 2012 às 12h52.

Istambul - O negociador nuclear do Irã, Saeed Jalili, deve se reunir nesta terça-feira em Istambul com a Alta Representante para a política externa da União Europeia (UE), Catherine Ashton, para tratar sobre o polêmico programa nuclear da República Islâmica.

O lugar do encontro entre Jalili e Ashton, que coordena os esforços negociadores do grupo 5+1, composto pelos EUA, China, Rússia, Reino Unido, França e Alemanha, foi mantido em segredo e o escritório de imprensa de Ashton comunicou à Agência Efe que não se preveem declarações a seu termo.

Um comunicado da porta-voz de Ashton, Maja Kocijancic, esclareceu ontem que 'não se trata de uma rodada de negociação formal', mas destacou que 'a reunião será uma oportunidade para ressaltar mais uma vez que o Irã precisa dar urgentemente passos significativos para criar confiança' em relação às intenções pacíficas de seu programa nuclear, e 'mostrar maior flexibilidade'.

As potências ocidentais, com os EUA e Israel à frente, suspeitam de que o Irã possa estar tentando fabricar armas nucleares, o que Teerã rejeita ao assegurar que todas suas atividades atômicas têm somente fins civis.

A principal proposta do grupo 5+1 continua sendo a que foi colocada na rodada anterior de conversas em Bagdá, em que se sugere que o Irã diminua o enriquecimento de urânio de 20% para 5 % em troca de um alívio das sanções internacionais impostas pela suspeitas que Teerã esteja se preparando para desenvolver armas atômicas.


As autoridades iranianas rejeitam completamente que o enriquecimento de urânio tenha fins bélicos e afirmam que precisam dele para seu reator de uso médico em Teerã, que produz isótopos radioativos para tratar 800 mil pacientes.

O Conselho de Governadores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) adotou na semana passada em Viena uma resolução em que critica o Irã por sua falta de cooperação para esclarecer as suspeitas sobre seu controverso programa nuclear.

Jalili chegou ontem à Turquia no que parece uma tentativa de melhorar os laços com o país, que não intervém diretamente nas negociações nucleares, mas assumiu reiteradamente o papel de anfitrião e sempre apostou em uma solução dialogada para o polêmico litígio.

O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, se encontrou hoje com Jalili, e embora não tenha divulgado de que assuntos trataram durante a reunião de duas horas, a imprensa turca afirma que a crise na Síria e a recente onda de ataques da guerrilha curda protagonizam as relações entre os dois vizinhos.

Teerã, que apoia o presidente sírio, Bashar al Assad, e Ancara, que faz oposição, têm posições divergentes em relação ao conflito do país árabe, e aumentam as vozes na Turquia que acusam o Irã de dar certo apoio ao Partido de Trabalhadores do Curdistão (PKK), a guerrilha curda, em uma suposta tentativa de debilitar seu vizinho. 

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